sexta-feira, 29 de julho de 2011

DROGAS: REPRIMIR OU EDUCAR?



O que estamos fazendo com os jovens nesse País? Especialmente como lidamos com os jovens usuários de drogas que cometem atos infracionais? À primeira e à segunda pergunta a resposta é NADA!

Cerca de 30 projetos tramitam no Congresso Nacional com objetivo de ampliar o tempo de internação do adolescente em conflito com a lei aumentando-o de três para cinco, oito e até 10 anos (pasmem, 10 anos!). Outro objetivo é o de modificar a idade de liberação compulsória para 24 anos. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente a idade máxima é de 21 anos.

Sem muitas delongas, vamos direto ao ponto. Será que utilizar uma reforma na lei para “seqüestrar” a adolescência do jovem infrator é a melhor solução?

As discussões – mais uma vez – giram em torno da simples tarefa de apreender, punir, punir, punir e, de novo, punir pelas reincidências. Não se discutem meios e modos, alternativas de enfrentamento que perpassem pela Educação, pelo exemplo de conduta, pela fraternidade, pelo amor ao próximo. Simplesmente os projetos de lei atendem ao imediatismo social provocado pela necessidade de agir. Todavia, as discussões não deveriam ser de aumento da sanção ou redução da maioridade penal. Deveríamos agir pautados pela Educação. Chega de discussão. A hora é de agir.

As escolas sejam da rede pública estadual e municipal sejam da rede privada de ensino sofrem com o problema da drogadição. Em especial, os professores que são as primeiras vítimas do comportamento de jovens dizimados pela dependência química.

Nesse contexto, a educação que deveria ser a primeira forma de enfrentamento torna-se tão simplesmente uma reprodução do comportamento repressor e repressivo que não acolhe nem aborda o jovem dependente químico de forma adequada. O que deveria ser um espaço pedagógico para ensino e aprendizado se transforma em campo de batalha cuja primeira vítima é o professor sem nenhum preparo para conduzir, gerenciar, enfrentar, EDUCAR o jovem dependente químico.

Nesse espaço pedagógico de enfrentamento da drogadição juvenil, a sala de aula tem muito que ensinar sobre o uso e consumo de drogas. Podem ser prevenidos os motivos que levaram aquele(s) jovem(ns) a buscar nas drogas a supressão das ausências ou dos excessos familiares. Nesse espaço pedagógico de enfrentamento da drogadição juvenil, a sala de aula poderia ser o primeiro ambiente de acolhimento e entendimento sobre drogas até porque, é senso comum, que uma parcela considerável dos pais entregam à escola a tarefa de educar – quando o espaço pedagógico deveria ser continuidade e não início.

Para isso, o primeiro passo é dotar o professor do conhecimento suficiente para que possa agir diante de uma situação de risco. Sim, pois o professor, em razão de uma lacuna intelectual em sua formação, reproduz o mesmo comportamento que o restante da sociedade. Ou seja: Recrimina, Reprime e Re-nega ao jovem dependente químico uma oportunidade de tratamento para seu problema de saúde. Mas também o faz porque não sabe uma outra melhor forma de enfrentar e, diante falta de conhecimento, além do medo e a fuga, o 190 é a saída mais viável com a retirada do “problema” da sala de aula.

Isso quer dizer que o professor deve enfrentar o problema através do Conhecimento. Antes de educar, o professor deveria ser dotado desse tipo de conhecimento e educar-se. Alternativas existem. Deveríamos agir pautados pela Educação. Chega de discussão. O momento é de buscar. A hora é de agir.

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