tag:blogger.com,1999:blog-64594400275789949782024-03-05T17:59:22.936-08:00DIÁLOGOS SOBRE DROGASRicardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.comBlogger26125tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-3868135042113477002011-07-31T10:31:00.000-07:002011-07-31T10:37:38.827-07:00ELUCUBRAÇÕES NA TERRA DE DOM QUIXOTE CONTEMPORÂNEO – parte 2<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeI8NWrMKhbotyj2IrYkxkSWl58uNM0zJkxuxNQGK4KsYtqtQ45a5tJhPnu9mSBiY9Cs20hTVV-7o5qmmrq2bUZyqBY7dhtNFPZDEgy_tgHcEd-gv6m5ns0WjV7itv32BhMId6bKzvLlwR/s1600/cervantes-don-quijote-de-la-mancha.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 244px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeI8NWrMKhbotyj2IrYkxkSWl58uNM0zJkxuxNQGK4KsYtqtQ45a5tJhPnu9mSBiY9Cs20hTVV-7o5qmmrq2bUZyqBY7dhtNFPZDEgy_tgHcEd-gv6m5ns0WjV7itv32BhMId6bKzvLlwR/s320/cervantes-don-quijote-de-la-mancha.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5635571140301597026" /></a><br /><p class="MsoNormal" align="center" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><br /></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Escrever desmedidamente e produzir ruminando sobre o que aprendeu regurgitando algo a mais além da mesmice. Isso é fato. Nessa esteira, pelo menos em tese, a própria vida se encarrega de sinalizar em favor do que foi raciocinado – veja bem: raciocínio sempre se guinado pela dúvida e, por não acreditar, buscar provas que desconstruam o pensamento. Assim, tive a satisfação de conhecer o filósofo e psicanalista Luiz Felipe Pondé, doutor em Filosofia pela USP/Universidade de Paris e pós doutorado em Epistemologia pela Universidade de Tel Aviv. <o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Confesso que títulos pouco me impressionam. Títulos qualquer um pode ter com esforço, oportunidade e vontade. Entretanto, os frutos intelectuais (produção) advindos desse título, esses sim, me mostram que ainda vale a pena estudar.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Confesso também que não conhecia Pondé nem suas ideias, todavia ao ler uma de suas entrevistas e visitar seus textos pude compreender que sua magnitude extrapola a compreensão de quem teima em olhar pelo senso comum. Assim, trouxe uma parcela de seu inconformismo para somar à vontade de escrever sobre essa relação entre homem e o uso de substâncias psicoativas.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Então, para iniciar essa discussão, faço uso da lembrança realizada por Ponde na entrevista que li. Segundo Aristóteles, nenhum homem pode proclamar sua própria virtude. A virtude de um homem deve ser divulgada por outros homens. Bem, se a sociedade permanecesse inerte em sua maledicência, o enunciado de Aristóteles permaneceria com valor inquestionável. Mas o que dizer dessa afirmação diante do mundo contemporâneo?<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Pois bem, nessa linha de raciocínio, é que contesto os “pseudo” estudiosos que aproveitam o clamor social revelado pela mídia nacional e local para dar vazão ao vazio de suas falácias intelectuais posto que visitam antigas ideias e tentam, a todo custo – principalmente financeiro – emplacar experiências que nascem mortas no que diz respeito ao uso de substâncias psicoativas pelo Homem.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Aliás, experiências malogradas natimortas guiadas pela necessidade de receber aporte financeiro focado somente nas drogas e na dependência química. Experiências que insistem sempre em palavras como processo, construção, discussão, aporte intelectual e outras tantas para nomear a inércia intelectual de se discutir o sexo dos anjos enquanto o consumo de substâncias psicoativas aumenta avassaladoramente.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Esses processos, estudos, construções, discussões ou qualquer nome que seja ignoram a relevância do tema e a necessidade de uma discussão muito mais focada na transdisciplinaridade que o tema requer e na compreensão do papel do sujeito nessa relação com as substâncias psicoativas. Dotar a população desses conhecimentos terá um efeito preventivo cuja extensão se replicará no futuro.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Essa é a linha que deveria ser adotada e não se fechar em “laboratórios” em busca de fórmulas genéricas para aplicação nos mais diversos estágios do uso de substâncias psicoativas, seus danos, efeitos etc. Cada “fórmula” deve nascer de uma realidade próxima daquele contexto social o qual o homem está inserido. Para isso os estudos devem ser localizados, todavia, sem perder a visão do todo, pois ignorar o sistema de convivência social em plena era virtual é olvidar do poder da comunicação. Cada descoberta e experimentação científica devem ser amplamente divulgadas sem o receio de os autores ficarem sem os seus “créditos”. A divulgação fará com que cada região proceda a uma adaptação e crie algo novo e assim sucessivamente até o ponto em que haverá uma significativa redução do uso de substâncias psicoativas, pois a repressão “empurra” a relação Homem e substâncias psicoativas para outros espaços de convivência os quais não sabem lidar com o problema e passam a recorrer à repressão, à proibição como primeiro recurso olvidando da força da educação e da prevenção acerca do tema.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Ao contrário da divulgação, existe uma corrida desmedida em busca de recursos financeiros para dar aporte a projetos miraculosos onde a teoria dá lugar à prática – ou experiências práticas pautadas em teorias que dão supedâneo a outras práticas e assim por diante. O derrame de dinheiro em propostas para por termo ao problema do uso de substâncias psicoativas cria uma falsa expectativa e alardeia soluções que se dissolvem na chuva de notícias do avanço do consumo dessas substâncias e da mostra na mídia da relação danosa que seu uso provoca.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Essas falsas expectativas ganham contornos de medo social, aliás, terror social, principalmente quando supostos estudiosos invadem o espaço midiático ora pra dizer que a “guerra contra as drogas está perdida” ora pra discursar sobre as consequencias do uso de substâncias psicoativas sem realmente propor soluções ou pelo menos indicar um caminho que não seja aquele de estar esperando recursos financeiros do poder público ara desenvolver um projeto em um lugar tal.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Ação. Agir. Atuar. Desenvolver uma atividade sem esperar que esses recursos se originem do céu governamental é enfrentar realmente essa problemática partindo do primeiro passo. Ou seja, teorizar nas universidades em grupos de pesquisa e experimentar e experienciar nos locais e grupos sociais próximos dessa realidade acadêmica para, em seguida, divulgar os resultados sempre considerando a importância da informação, do conhecimento, respeito aos saberes e conhecimentos de cada contexto social, responsabilizando-se e dando responsabilidade para que os atores envolvidos no processo de desconstrução do uso de substâncias psicoativas possam desenvolver o sentimento de pertencimento com esse processo e possam engajar-se de forma completa envolvidos, pois se enxergam naquela comunidade num processo de identificação e necessidade de uma “limpeza” desse problema.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Nesse contexto, o dinheiro é importante, pois existem questões secundárias. Dinheiro é importante, mas não quer dizer que seja primordial. Torna-se relevante para o suporte de um processo maior que requer simplesmente boa vontade em realizar estudos e pesquisas propondo respostas, como outrora dito, com base na realidade social do sujeito pesquisado e não se objetivando realizar um processo de aculturação do sujeito envolvido.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Conhecimento, pensamento crítico sem utopias. Raciocinar com base na realidade local considerando a aldeia global. Levar o poder e a força do conhecimento para que a comunidade se encontre, enxergue a si mesma e possa, por meio de uma leitura autocrítica, erguer a vista para um horizonte menos tempestuoso em relação ao uso de substâncias psicoativas.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"> Escrever desmedidamente e produzir ruminando sobre o que aprendeu regurgitando algo a mais além da mesmice. Isso é fato. Nessa esteira, pelo menos em tese, a própria vida se encarrega de sinalizar em favor do que foi raciocinado – veja bem: raciocínio sempre se guinado pela dúvida e, por não acreditar, buscar provas que desconstruam o pensamento de que a “guerra contra as drogas está perdida” ou que é necessário o derramamento de milhões de reais para aplacar a fome e a sede de uma guerra fria entre a medicina e as comunidades terapêuticas que, enquanto lutam pela hegemonia do saber e prevalência de suas terapias/tratamentos, deixam de compreender a relação histórica entre o homem e o uso de substâncias psicoativas.</span></span><span style="font-size:12.0pt;line-height:150%;font-family: "Bookman Old Style","serif""> <o:p></o:p></span></p>Otoniel d'Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/07984335253741733593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-21387268029953749862011-07-29T16:37:00.000-07:002011-07-29T17:03:19.639-07:00CAMUS, KADAFI E A DITADURA DAS DROGAS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaq1ffM1hei5__1mJhHpjGcig-c99tIKq37RerpXov9Q1eWOxg6wGwVK-ew3RkaHEQnx7_I8NtcIZZoS3-3NozEhZ_zDH9h2a4ZVVp7CqiW32luvCggZj5im2bxskWwKb-kZlNahD6TdB3/s1600/size_590_muammar-kadafi.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 242px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaq1ffM1hei5__1mJhHpjGcig-c99tIKq37RerpXov9Q1eWOxg6wGwVK-ew3RkaHEQnx7_I8NtcIZZoS3-3NozEhZ_zDH9h2a4ZVVp7CqiW32luvCggZj5im2bxskWwKb-kZlNahD6TdB3/s320/size_590_muammar-kadafi.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5634922882638097138" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:normal"><span style="font-size: 12pt; "><span class="Apple-style-span">Conheci o Homem Revoltado de Albert Camus por intermédio de uma amiga. Ao me aproximar de Camus pude entender o sentimento que move a população que suporta a repressão das forças armadas conduzidas pelo general Muammar Kadafi, que comanda a Líbia desde 1969. Depois de quatro décadas, os libaneses resolveram dizer “não”. Provavelmente mais de mil pessoas já foram mortas na repressão desencadeada aos protestos contra o governo centralizado de Kadafi. Essa revolta é a contraposição à ordem ditatorial que oprimiu além do que se poderia admitir. <o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:normal"><span style="font-size: 12pt; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>O protesto líbio nasceu do espetáculo da opressão propagada pelo governo Kadafi ao longo de 40 anos de regime centralizado. Por meio da identificação com o martírio do outro, os libaneses se insurgiram e, com a própria vida, querem a liberdade. Trata-se do escravo que passou a contestar o senhor e agora quer se libertar das amarras protestando e contestando o estado de escravidão.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:normal"><span style="font-size: 12pt; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Em pleno século 21, resguardadas as proporções, nos parece que a liberdade ainda não chegou a determinadas esferas de poder, parece que alguns governantes – como Kadafi – não percebem a tomada de consciência do ser humano.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:normal"><span style="font-size: 12pt; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Assim, podemos deduzir que essa revolta é o ato de uma população informada que tem consciência de seus direitos. Pelo menos é o que se presume. Pode ser que sim. Pode ser que não. Todavia o que vale ressaltar é a coragem libanesa no enfrentamento ao governo centralizador. Para minimizar o problema, Kadafi culpou a juventude libanesa, a imprensa internacional, o terrorismo islâmico e os Estados Unidos pelo caos no país. Para ele, a imagem da Líbia está sendo "distorcida" perante o mundo. <span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:normal"><span style="font-size: 12pt; "><span class="Apple-style-span">Enquanto os libanenes pagam a liberdade com a vida, no Piauí a ditadura das drogas se aproxima do fim. Assim, como na Líbia devemos nos unir para enfrentar um problema que destrói as famílias e o Estado. Como Albert Camus, devemos nos indignar diante do espetáculo da (des)razão das drogas e da condição injusta e incompreensível que um dependente químico e sua família são submetidos pelo vício em crack ou quaisquer outros tipos de drogas. No Piauí, a população deve tomar consciência sobre o enfrentamento das drogas. <o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:normal"><span style="font-size: 12pt; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Assim como o Homem Revoltado de Albert Camus, esse movimento de indignação contra as drogas não quer dizer um movimento egoísta, mas as suas determinações devem ser egoístas porque toda família é uma provável vítima do consumo de drogas, pois o vício não escolhe classe social nem discrimina credo nem cor e tampouco sexo.<o:p></o:p></span></span></p> <span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; "><span class="Apple-style-span">A indignação contra as drogas é um passo para a libertação contra as amarras do vício que atingem milhares de pessoas no Piauí. Trata-se de sair da estagnação e discutir o problema enfrentando-o de frente sem falsos moralismos ou pudores pueris diante da gravidade do problema da dependência química. Assim como o Homem Revoltado de Albert Camus, em pleno século 21, a indignação contra as drogas trata-se de um ato de pessoas informadas que tem consciência do direito de viver uma</span></span><span style="font-size:12.0pt;line-height:115%;font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font:minor-latin;mso-ansi-language: PT-BR;mso-fareast-language:EN-US;mso-bidi-language:AR-SA"> sociedade livre das consequências das drogas.</span>Otoniel d'Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/07984335253741733593noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-7994786321084168802011-07-29T16:29:00.000-07:002011-07-29T16:39:57.637-07:00DROGAS: REPRIMIR OU EDUCAR?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjndWdEvDC0g2mjld0pCvVSsmCIh4U9Xw2OtdTRYDv9mzdUbD7BtL5dF52DEm9GEgs2ooUmQMofobep7bzCLWffAx4nBPo9uh5JuKCHN-ISrF2IPMgfqD2Wft4qEsi0exrn8vMoRZ4er1Qa/s1600/charge-educacao.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 242px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjndWdEvDC0g2mjld0pCvVSsmCIh4U9Xw2OtdTRYDv9mzdUbD7BtL5dF52DEm9GEgs2ooUmQMofobep7bzCLWffAx4nBPo9uh5JuKCHN-ISrF2IPMgfqD2Wft4qEsi0exrn8vMoRZ4er1Qa/s320/charge-educacao.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5634922003653803074" /></a><br /><p class="MsoNormal" align="right" style="text-align:right"></p><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span></span></p><span class="Apple-style-span" ><span>O</span> que estamos fazendo com os jovens nesse País? Especialmente como lidamos com os jovens usuários de drogas que cometem atos infracionais? À primeira e à segunda pergunta a resposta é NADA!</span><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" ><span style="mso-tab-count:1"></span>Cerca de 30 projetos tramitam no Congresso Nacional com objetivo de ampliar o tempo de internação do adolescente em conflito com a lei aumentando-o de três para cinco, oito e até 10 anos (pasmem, 10 anos!). Outro objetivo é o de modificar a idade de liberação compulsória para 24 anos. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente a idade máxima é de 21 anos.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" >Sem muitas delongas, vamos direto ao ponto. Será que utilizar uma reforma na lei para “seqüestrar” a adolescência do jovem infrator é a melhor solução?</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" ><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>As discussões – mais uma vez – giram em torno da simples tarefa de apreender, punir, punir, punir e, de novo, punir pelas reincidências. Não se discutem meios e modos, alternativas de enfrentamento que perpassem pela Educação, pelo exemplo de conduta, pela fraternidade, pelo amor ao próximo. Simplesmente os projetos de lei atendem ao imediatismo social provocado pela necessidade de agir. Todavia, as discussões não deveriam ser de aumento da sanção ou redução da maioridade penal. Deveríamos agir pautados pela Educação. Chega de discussão. A hora é de agir.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" ><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>As escolas sejam da rede pública estadual e municipal sejam da rede privada de ensino sofrem com o problema da drogadição. Em especial, os professores que são as primeiras vítimas do comportamento de jovens dizimados pela dependência química. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" ><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Nesse contexto, a educação que deveria ser a primeira forma de enfrentamento torna-se tão simplesmente uma reprodução do comportamento repressor e repressivo que não acolhe nem aborda o jovem dependente químico de forma adequada. O que deveria ser um espaço pedagógico para ensino e aprendizado se transforma em campo de batalha cuja primeira vítima é o professor sem nenhum preparo para conduzir, gerenciar, enfrentar, EDUCAR o jovem dependente químico. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" ><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Nesse espaço pedagógico de enfrentamento da drogadição juvenil, a sala de aula tem muito que ensinar sobre o uso e consumo de drogas. Podem ser prevenidos os motivos que levaram aquele(s) jovem(ns) a buscar nas drogas a supressão das ausências ou dos excessos familiares. Nesse espaço pedagógico de enfrentamento da drogadição juvenil, a sala de aula poderia ser o primeiro ambiente de acolhimento e entendimento sobre drogas até porque, é senso comum, que uma parcela considerável dos pais entregam à escola a tarefa de educar – quando o espaço pedagógico deveria ser continuidade e não início.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" ><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Para isso, o primeiro passo é dotar o professor do conhecimento suficiente para que possa agir diante de uma situação de risco. Sim, pois o professor, em razão de uma lacuna intelectual em sua formação, reproduz o mesmo comportamento que o restante da sociedade. Ou seja: Recrimina, Reprime e Re-nega ao jovem dependente químico uma oportunidade de tratamento para seu problema de saúde. Mas também o faz porque não sabe uma outra melhor forma de enfrentar e, diante falta de conhecimento, além do medo e a fuga, o 190 é a saída mais viável com a retirada do “problema” da sala de aula.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" ><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Isso quer dizer que o professor deve enfrentar o problema através do Conhecimento. Antes de educar, o professor deveria ser dotado desse tipo de conhecimento e educar-se. Alternativas existem. Deveríamos agir pautados pela Educação. Chega de discussão. O momento é de buscar. A hora é de agir.</span></p><div style="mso-element:footnote-list"><div style="mso-element:footnote" id="ftn1"> </div></div>Otoniel d'Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/07984335253741733593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-7029876979697803292011-07-29T16:18:00.000-07:002011-07-31T10:42:39.013-07:00ELUCUBRAÇÕES NA TERRA DE DOM QUIXOTE CONTEMPORÂNEO - parte 1<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvBwTmjftNTNVVRHwboAPERfoWkQUbtctQpI68J_aMcEZ7-8YO34PCfv5FoB6cfQ8ASZvb7FAoTMg0jVWSH_h30vQGFPFqXLy0KRBa7wmEvj5kV1hcnM1PCBXPMRJRPOIPeoYU3HJxNBR7/s1600/Dom-Quixote-de-La-Mancha.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 250px; height: 169px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvBwTmjftNTNVVRHwboAPERfoWkQUbtctQpI68J_aMcEZ7-8YO34PCfv5FoB6cfQ8ASZvb7FAoTMg0jVWSH_h30vQGFPFqXLy0KRBa7wmEvj5kV1hcnM1PCBXPMRJRPOIPeoYU3HJxNBR7/s320/Dom-Quixote-de-La-Mancha.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5634918676264972978" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:12.0pt;line-height:150%;font-family: "Bookman Old Style","serif""> </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"> Depois de um prolongado silencio obsequioso o qual posso nomear de filosofia do bambu, resolvi aproximar-me da superfície. Nesse caminho de retorno de um exílio em abstrato pude perceber e notar as significativas mudanças que as circunvizinhanças adquiriram. Notei as modificações, mas não as consigo perceber pelo simples fato que estas alterações se limitaram a mudanças... numa expressão mais chula, apenas uma dança das cadeiras num carrossel destinado a permanecer no lugar da mesmice... Não aconteceram as transformações que penosamente causam dor e (re)criam a criatura humana...<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Notei que as pessoas se deleitam com a mesmice e com os mesmos e piegas defeitos que em nada acrescentam à evolução da espécie. Ao contrário fazem com que os mesmos velhos problemas ganhem relevância enquanto as soluções ficam esquecidas em algum canto dessa involução humana.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>No caminho de retorno pude perceber quão aproxima o estudo, o raciocínio e a reflexão e quão distante nos deixa de pessoas e lugares comuns. Pude observar quantas respostas simples são trocadas por moedas complexas que em nada resolvem os problemas de ordem moral que assolam essa existência mediana e mundana. <o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Pode até ser uma triste constatação eivada de decepção, todavia, até que me provem em contrário, padeço por, no retorno à superfície, observar a preguiça intelectual que assola as academias que simplesmente reproduzem o mesmo conhecimento ao longo do tempo. O mesmo conhecimento o qual não é submetido a revisões e a constantes análises epistemológicas que, indubitavelmente, conduzem ao raciocínio e a reflexão acerca do mundo considerado numa visão maro e não sob os auspícios de uma ciência especializada e sem relação com o todo.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Peço desculpas pela acidez e abstratismo dos primeiros parágrafos, entretanto, servem para destilar a azedia e as mazelas no intuito de mitigar a mediocridade que permeia as relações humanas. Até que me provem em contrário, as relações interpessoais contemporâneas estão pautadas na fragilidade efêmera dos interesses materiais e na indiscutível vaidade e soberba de destacar-se profissionalmente mesmo que enlevando a morbidade moral e a morbidez ética. Tristes relacionamentos que não resistem mais do que alguns momentos fulgazes, enquanto a solidez do conhecimento e da amizade pautada na descoberta e solução de problemas é relegada ao córrego do suave e amargo esquecimento... esquecimento de que somos humanos e limitados enquanto espécie, mas de ideias duradouras que devem ser lidas e relidas, vistas e adaptadas aos avanços e as necessidades sociais.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Depois de purificar minh’alma descrevendo o que senti devo dizer que esse silêncio obsequioso imposto a mim é consequência da inquietação em não parar satisfeito diante da ditadura da ignorância. Então, como à época o silêncio era a melhor alternativa, simplesmente calei. Todavia, de posse de instrumentos tecnológicos que permitem meu grito mudo ecoar no horizonte virtual, porque simplesmente calar se posso escrever e materializar minha expressa impressão sobre esse mundo herculeamente dinâmico que cabe na palma da minha mão e está limitado à conexão de um computador?<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>Diante disso e dentre muitas debacles sociais que ganharam vultuosidade e expressão social, no caminho de ida surgiu diante de mim, um problema: a relação do homem e o uso de substâncias psicoativas.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"><span style="mso-spacerun:yes"> </span><span style="mso-tab-count:1"> </span>A partir de agora convido cada possível e suposto leitor virtual a acompanhar essa linha de raciocínio que se aproxima da reflexão, da análise e da inquietação... <o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; "><span class="Apple-style-span"> Advirto: Pensar é uma tarefa imponderavelmente árdua que conduz a respostas demasiadamente simples e soluções práticas que requerem tão somente o desejo de transformar esse mundo em um lugar bem melhor para se viver com o menor uso possível de substâncias psicoativas.</span><span class="Apple-style-span"><o:p></o:p></span></span></p>Otoniel d'Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/07984335253741733593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-38077908391821522552011-07-05T10:05:00.000-07:002011-07-26T05:52:42.257-07:00OXI, ENTÃO ISSO NÃO EXISTE?<div style="text-align: justify;">da revista Vice</div><div></div><div style="text-align: justify;">por <b>BRUNO B. SORAGGI</b></div><div style="text-align: justify;"></div><h1 style="text-align: justify;"><a href="http://viceland.virgula.uol.com.br/br/blog/?p=8605">OXI, ENTÃO ISSO NÃO EXISTE?</a></h1><div style="text-align: justify;"></div><div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><img alt="" height="226" src="http://viceland.virgula.uol.com.br/br/blog/wp-content/uploads/2011/06/oxi-droga-sbt.jpg" title="oxi-droga-sbt" width="320" /></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Crackeiro é muito troll, gente do céu. Com eles é risos que só — passada a nóia, óbvio. Afinal, não é que os traficantes pegaram todo mundo nessa história de oxi ser mais pesado que o crack, ainda que mais barato (mesmo que com nomes tipo Capitão América e cores várias)? Só que aí a Polícia Federal chegou no começo de junho dizendo que “não considera o ‘oxi’ como sendo uma droga nova, e sim uma diferente forma de apresentação da cocaína” — tudo baseado em estudos comparativos e seguindo práticas mundialmente utilizadas. Ou seja.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Isso mesmo tendo rolado alguns <a href="http://www.narconews.com/Issue37/artigo1288.html" target="_blank">estudos</a> sobre a tal droga, que chamou atenção também da secretária nacional de políticas sobre drogas, <a href="http://coletivodar.org/2011/07/2011/05/paulina-duarte-da-senad-falar-que-pais-vive-epidemia-de-crack-e-grande-bobagem/" target="_blank">Paulina Duarte</a> – ainda que não como epidemia. Enfim, o corta brisa da PF (<a href="http://www.slideshare.net/BlogdeJamildo2/nota-054-2011estudo-pf-oxi/" target="_blank">Nota à Imprensa 054/2011</a>) começa assim: “Informações recentes de várias fontes sugerem que uma nova droga ilícita, chamada de ‘oxi’, estaria se espalhando por todo o Brasil. Ela seria utilizada na forma fumada e seria muito similar à cocaína na forma de crack: pequenas pedras de amareladas a marrom-claro. Como foi divulgado pela mídia, a cocaína na forma de ‘oxi’ seria diferente do crack por este conter sais carbonato ou bicarbonato, enquanto o ‘oxi’ teria cal (óxido de cálcio) e querosene (ou gasolina) em sua formulação”. Daí que pegaram 20 amostras de “oxi” apreendidas pela Polícia Civil do Acre e outras 23 de cocaína caídas na malha da PF daquele mesmo Estado. “As amostras se apresentavam como pedras e grumos, com coloração variada (branca, amarelada ou marrom-claro).”</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Tudo levado pro Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, a parada toda foi submetida a várias técnicas da Ciência. “Dentre elas destacam-se a espectroscopia na região do infravermelho, análise termogravimétrica e análises por cromatografia gasosa, acoplando-se detectores de ionização em chamas ou espectômetro de massas e injetores para soluções ou de fase de vapor” — sem esquecer que análises elementares qualitativas também foram conduzidas segundo procedimentos clássicos de via úmida (determinação de cátions, ânios e açúcares), tudo seguindo classificação dos níveis de oxidação (refino) realizada através da aplicação de critérios do DEA (Drug Enforcement Administration) dos EUA.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Resultado: “As 23 amostras da PF-AC, todas contendo cocaína na forma de base livre, exibiram teores de cocaína na faixa de 50-85% (média de 73%), sendo compostas predominantemente de cocaína “não oxidada”, isto é, na forma de pasta base de coca. As demais amostras foram refinadas (“moderadamente oxidadas” ou “altamente oxidadas”) e se encontravam na forma de cocaína base. Para as 20 amostras de “oxi”, vindas das apreensões da PC/AC, foram observados teores de cocaína na faixa de 29-85% (média de 65%). Dentre elas, 04 amostras apresentavam menores teores de cocaína (29-47%) e quantidades significativas de carbonatos, sendo típicos exemplos da cocaína na forma crack”.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Mais: “Os resultados obtidos por TGA, HS-GSMS e análises qualitativas revelam que não há quantidades significativas de cal (óxido de cálcio) e de hidrocarbonetos (como querosene ou gasolina) nas amostras de “oxi” apreendidas pela PC/AC. Isto é, os resultados deste estudo não confirmam a informação que tem sido vinculada na mídia que quantidades significativas destas substâncias teriam sido utilizadas na formulação da cocaína “oxi””.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">“Dentre as 10 amostras restantes de “oxi”, 07 eram compostas de cocaína “não oxidada” e, portanto, classificadas como pasta base de coca (55-85% de cocaína nestas amostras) e as últimas 03 amostras eram compostas de cocaína que passou por algum refino oxidativo e, portanto, classificadas como cocaína base (43-73% de cocaína nestas amostras). O único fármaco adulterante encontrado nas amostras de “oxi” analisadas foi a fenacetina, encontrada entre 0,4-10% em 05 amostras da PF/AC e entre 0,4-22% em 07 amostras da PC/AC.”</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">E a conclusão foi exatamente aquela, de que não existe uma nova droga no mercado ilícito. “O que se observa são diferentes formas de apresentação típicas da cocaína (sal, crack, pasta base, cocaína base) sendo arbitrariamente classificadas como “oxi”, sem que sejam utilizados para este processo critérios objetivos e técnicos. As amostras de “oxi” analisadas neste estudo não podem também ser classificadas como uma “nova forma de apresentação da cocaína”, uma vez que os componentes majoritários/minoritários e adulterantes encontrados são os mesmos encontrados nas formas de apresentação usualmente apreendidas para esta droga.”</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Ufa! Agora posso voltar a pensar em ter filhos. Três no total, que já tenho os nomes. Mas diz aí: alguém sabe de algum doutor barato e limpinho pra eu <a href="http://www.viceland.com/blogs/br/2010/06/18/oxi-que-pedra-e-essa/" target="_blank">desfazer minha vasectomia</a>?</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>BRUNO B. SORAGGI<br />
IMAGEM: REPRODUÇÃO</b></div></div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-30672598915708947562011-06-21T09:25:00.000-07:002011-06-21T09:25:56.858-07:00Quem cheira cocaína é responsável pelo tráfico. Quem compra carro é responsável pelos engarrafamentos. Quem deposita dinheiro em banco é responsável pela riqueza dos banqueiros. É assim?<div class="yiv929114402meta" style="color: #999999; font-size: 0.9em; margin-top: 4px;"> <strong><a href="http://conversandocomnery.wordpress.com/author/antonioneryfilho/" rel="nofollow" style="color: #0088cc; text-decoration: none;" target="_blank"></a></strong><a href="http://wp.me/pTXJa-2y" rel="nofollow" style="color: #0088cc; text-decoration: none;" target="_blank"></a> </div>A mídia brasileira apresenta as drogas ilícitas quase sempre através de números. Números relacionados com toneladas de maconha e cocaína apreendidas regularmente pela polícia. Mais recentemente a mídia passou a referir-se à quantidade de pedras de crack encontradas com este ou aquele traficante ou usuário-quase-traficante. Quando não é assim, mostra em reportagens pseudoinformativas, excluídos, miseráveis, moradores de rua, pessoas fracassadas na dura experiência de viver em sociedade, e suas relações com as drogas, como se isto fosse o banal, o comum, quando na verdade é a excessão ou, ainda, como se o consumo de drogas ilícitas fosse um destino inelutável estampado em abomináveis <em>outdoors</em> e <em>busdoors </em>em Salvador<em>, </em> onde se via pés de mortos e se podia ler: "Crack: é cadeia ou caixão", felizmente retiradas dos nossos olhos pela força do bom senso de muitos baianos. O sofrimento é condição fundamental da existência humana, o fracasso na vida em sociedade, não. Agora, mais recentemente, a mídia passou a sugerir que a responsabilidade pelo tráfico é do consumidor: "sem consumidor o tráfico não se sustenta" ou, como sugeriu a Revista Isto É em dezembro de 2010: "Consumo: a parte mais difícil da luta contra as drogas", além de atribuir aos consumidores de cocaína e maconha em baladas e o uso de entorpecentes nas praias e nos mais diversos lugares, a responsabilidade pela força econômica do tráfico. É inacreditável como na maioria dos textos em nossos jornais e revista não se faz a necessária distinção entre os consumidores e os modos de consumo, nem se indica as diferentes possibilidades das substâncias, quer quanto a capacidade de produzir dependência, quer quanto a capacidade de produzir morte por intoxicação aguda (overdose). Aliás, já é tempo das pessoas saberem que nem toda droga é entorpecente. Entorpecente, é aquilo que entorpece, produz sono, seda. O melhor exemplo entre nós é a morfina; a cocaína é um estimulante, o oposto da morfina, assim como o é a anfetamina, todas com grande possibilidade química de produzir morte por parada cárdio-respiratória ou psicoses e hipertensão. Lembrar que o <em>crack</em> e o<em> oxi</em> são a mesma coisa: cocaína impura, básica, associada a produtos danosos à saúde física, como carbonatos, e supostamente portadores de resíduos de gasolina ou querosene, sem qualquer comprovação. A maconha, por sua vez, é um sedativo com alguma capacidade de produzir transtornos psíquicos relacionados com a concentração de seu princípio ativo o THC (tetrahidrocanabinol), sem qualquer possibilidade de causar morte por intoxicação aguda. Contudo, há indícios de risco relacionado à condução de veículos sob efeito deste produto, tanto quanto alguma perda da motivação, sobretudo entre usuários de longo curso. Entretanto, este efeito é uma possibilidade, nunca uma determinação e está relacionada ao patrimônio biológico e psíquico de cada um e às vicissitudes do meio (sócio-cultural) no qual usuário e substâncias se encontram, devendo-se considerar, ainda, o estado geral de saúde, estado nutricional, e os muitos estados emocionais. Destas circunstâncias e da ordem subjetiva construída a partir da história de cada um, resulta o imponderável-do-ser-humano, significado pelo desejo.<br />
Dizer apenas que alguém é "toxicômano" sem uma contextualização "bio-psico-social", não deveria ter qualquer valor porque não faz sentido, tanto quanto não faz sentido designar todas as substâncias como entorpecentes. Creio que estes conhecimentos aliados a uma condição não pré-conceituosa são fundamentais para a informação.<br />
Talvez, se nossa mídia se (in)formasse melhor poderia ter a coragem de escrever à semelhança do Presidente Fernando Henrique Cardoso, referindo-se à maconha: "antes eu não tinha conhecimento, agora estou melhor informado e por isso reconheço o fracasso da guerra às drogas", e pedisse desculpas pelo ignorância que ajudou e ajuda a perpetuar .<br />
<br />
FONTE: http://conversandocomnery.wordpress.com/Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-24543092828087664852011-06-10T08:26:00.000-07:002011-06-10T08:26:36.675-07:00QUEM TEM MEDO DA LEGALIZAÇÃO?Recentemente, fui entrevistado por duas jovens estudantes do ensino médio de um bom colégio de Salvador. Elas achavam difícil conseguir espaço em minha agenda e por isso recorreram a Patrícia Flach, minha ex-aluna na Faculdade Ruy Barbosa e agora colaboradora das mais atuantes e competentes no CETAD/UFBA. Patrícia é a mãe de uma das duas interessadíssimas estudantes. Entrevista marcada, recebi-as cordialmente tentando reduzir ao máximo a distância que vai de um homem que começa a envelhecer (tenho 66 anos) e duas mocinhas de 16 anos. Celulares postos sobre a mesa, seguiram uma lista de muitas perguntas cuidadosamente elaboradas, como pude constatar. Estavam muito sérias, quase cerimoniosas, dirigindo-se a mim por <em>senhor. </em>Respondi a todas as perguntas sem qualquer pressa; não escolhi palavras fáceis, nem frases “para jovens”. Respondi o que tinha de responder, dentro de minha experiência e do conhecimento que disponho. Não apresentei verdades concluídas, mas minha visão sobre adolescência, violência, tratamento e aspectos legais relacionados com as substâncias psicoativas. No final, feitos os agradecimentos de um lado e outro, pediram para me fotografar. Isto sempre me espanta, mas tento encarar numa boa.<br />
Alguns dias depois da entrevista, Patrícia me informou que “as meninas” estavam irritadas em razão de corte, promovido por professora, a tudo que se referia a minha posição favorável à legalização da produção e comércio das substâncias psicoativas ilícitas. Patrícia estava muito zangada, diga-se de passagem, decidida a escrever uma carta “enquanto mãe”, endereçada à escola.<br />
Deste modo, recebi de Patrícia o e-mail que transcrevo abaixo junto aos comentários que fiz em resposta. Compartilho com todos, esta pequena troca de correspondências, rica em significados e de possibilidades para dialogar, porque importante é poder conversar, discutir, ouvir e ser ouvido. Muitas são as verdades, como muitos são os caminhos.<br />
Eis os textos:<br />
<em>Sou Patrícia, mãe de Paula von Flach. Venho acompanhando otrabalho desenvolvido por Paula e suas colegas com o tema “Meninos do Brasil”, considerando muito pertinente a proposta no sentido do desenvolvimento de uma postura mais crítica e baseada em informações não midiáticas. Nesse sentido, não posso deixar de manifestar minha decepção e, de certa forma, indignação com a forma como a entrevista do Dr. Nery vem sendo desrespeitosamente cortada. Sei que é um tema polêmico, assim como o aborto, eutanásia, extermínio de menores e tantos outros, mas considero que exatamente por isso é necessário abrir espaços de discussão, com acesso a informações técnicas, que permita aos alunos se posicionarem criticamente. Poderia citar uma série de revistas e jornais sérios, a exemplo do jornal francês Le Monde, Folha de São Paulo, dentre outros, além de pessoas públicas como três ex-presidentes – dentre eles Fernando Henrique Cardoso -, que discutem o tema da legalização das drogas. O profissional entrevistado, Dr. Antonio Nery Filho, é uma pessoa com notório saber sobre a temática, reconhecido internacionalmente, professor de ética da FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA – UFBA e de Bioética na FACULDADE RUY BARBOSA, ex-conselheiro do CREMEB, criador e coordenador do CETAD, Centro reconhecido internacionalmente e que atualmente tem suas práticas reconhecidas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas que, inclusive, financiam a implementação dessas estratégias em todo o Brasil, com a coordenação desse Centro. O Estado da Bahia e o Município de Salvador também têm uma parceria com o CETAD, que propõe e implementa suas atuais políticas sobre drogas. Poderia preencher toda essa e várias outras folhas com informações que ratificam a competência desse profissional sobre o tema sobre o qual foi entrevistado, mas é absolutamente desnecessário… podem acessar seu currículo Lattes. Tudo isso para dizer que a censura das suas palavras é um desrespeito a ele e aos alunos dessa escola que não são cegos e surdos a uma questão que é tema principal da agenda dos atuais candidatos à presidência e que têm o direito de discutir o tema, concordar ou discordar.<br />
Importante salientar que a defesa da legalização das drogas não é de forma alguma uma apologia ao seu uso, pelo contrário, é uma proposta de regulação pelo Estado de uma<br />
questão que hoje é regulada por traficantes. </em><br />
<em>Atenciosamente,<br />
Patricia von Flach</em><br />
<br />
<span style="color: #999999;">____________________________________________________________________________________________</span><br />
<em>Patrícia,</em><br />
<em>Obrigado por suas considerações. Quando recebo jovens estudantes, peso muito o que digo e sou responsável pelo que digo. Assumo riscos, mas não transijo nem considero nossos filhos incapazes de identificar o certo e o errado quando lhes damos as informações necessárias. Aliás, este é um problema: nossos filhos e filhas vivem sem um norte claro, sem a possibilidade de reconhecer a verdade, porque, sobre muitas questões, quase sempre só lhes é dado conhecer a mentira. Sei que a legalização das drogas ilícitas é um tema que incomoda à sociedade brasileira, acostumada aos enganos e superficialidades constantemente apresentados pela grande mídia, atualmente voltada para um gozo incessante e oportunista em torno do crack. Não há como negar a relação entre tráfico e violência num comércio sem fronteiras nem limites. Creio que só a intervenção do Estado colocará um basta neste monstruoso ganho que devora vidas. Se o tráfico (ilegalidade) desaparecer, nos restarão as questões de saúde e as dificuldades próprias aos humanos. Certamente o consumo não desaparecerá, talvez nem diminua; num cenário pessimista, o consumo pode até aumentar; mesmo assim teremos um problema com o qual sabemos e podemos lidar. Retirar a possibilidade de nossos jovens poderem discutir estes aspectos, francamente, é uma droga!<br />
Grande abraço,<br />
Nery</em><br />
<br />
<em>FONTE: http://conversandocomnery.wordpress.com/</em><br />
<em> </em>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-65352551610894507082011-06-07T14:48:00.001-07:002011-06-07T14:48:12.902-07:00O direito de não usar drogas<table class="contentpaneopen"><tbody>
<tr><td class="contentheading" width="100%"> </td> <td align="right" class="buttonheading" width="100%"> </td> <td align="right" class="buttonheading" width="100%"> </td> <td align="right" class="buttonheading" width="100%"> </td> </tr>
</tbody></table>Estado de São Paulo<br />
Recentemente, divulgou-se a opinião sobre o futuro da política de drogas no Brasil do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que defende maior liberdade de uso da maconha. Fernando Henrique disse que um mundo sem drogas é inimaginável, expressando a visão da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia. Ao alegar que a sociedade conviverá sempre com as drogas, defende com uma clara distorção da racionalidade a ideia de que isso deveria tornar os usuários imunes ao sistema criminal. Teríamos uma inovação na área dos direitos humanos, na qual todos nós deveríamos ter o direito de continuar usando drogas ilícitas, independentemente das consequências negativas para o indivíduo e para a sociedade. Por essa visão, seria um abuso dos direitos individuais qualquer constrangimento ao uso de drogas.<br />
No Brasil, a lei que regula o consumo de substâncias (Lei nº 11.343/2006) trouxe mudanças significativas, com menor rigor penal para o usuário. Ainda não se sabe se produziu alguma diminuição do consumo de drogas. Todas as evidências indicam o contrário. Em relação à maconha e à cocaína, somos um dos poucos países do mundo onde o consumo está aumentando. No mínimo, essa nova lei não impediu esse aumento. Estamos com maior liberdade para usar drogas, mas os usuários continuam tão desinformados e desassistidos de tratamento quanto antes.<br />
A defesa do direito ao uso de drogas é uma visão por demais simplista e não leva em consideração a complexidade do uso de substâncias, em particular as modificações que o uso de drogas provoca no sistema nervoso central. Parte-se do princípio de que todos os usuários de drogas teriam plenas capacidades de decidir sobre o seu consumo. Não podemos afirmar que todos os que usam drogas estejam comprometidos quanto ao seu julgamento, mas podemos argumentar que uma parte significativa dos usuários apresenta diminuição de sua capacidade de tomar decisões.<br />
As drogas que produzem dependência alteram a capacidade de escolher quando, quanto e onde usar. É ilusório pensar que um dependente químico tenha total liberdade sobre o seu comportamento e possa decidir plenamente sobre a interrupção do uso. É por isso que os dependentes persistem no comportamento, com grandes prejuízos individuais, para sua família e para a sociedade.<br />
Se, por um lado, a opinião de Fernando Henrique carece de legitimidade com relação aos direitos humanos básicos, pois não existe um direito ao uso de drogas ilícitas, por outro, temos aspectos do debate que não foram mencionados. Por exemplo: existe uma relação entre saúde e direitos humanos. As Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde desenvolveram recentemente o conceito de que todos deveriam ter o direito ao mais alto padrão de saúde possível (right to the highest attainable standard of health). É um conceito relativamente novo, com não mais de dez anos. Afasta-se de declarações vagas sobre saúde e responsabiliza a sociedade e o sistema de saúde pela implementação de políticas que garantam a qualidade dos cuidados.<br />
Recentemente o Estado de São Paulo deu um bom exemplo de garantia do mais alto padrão de saúde possível ao proibir o fumo em todos os ambientes fechados. O que se garantiu nessa nova lei não foi o direito de fumar, mas o direito de a maioria da população ser preservada do dano da fumaça. Mesmo os fumantes têm o seu direito a um mais alto padrão de saúde garantido ao ser estimulado a fumar menos. Esse foi um exemplo de como é possível termos intervenções governamentais que preservem o direito à saúde e ao mesmo tempo sinalizem uma intolerância ao consumo de uma droga que mata um número substancial de cidadãos.<br />
Experiências de sucesso em outros países apontam na direção de combinar estratégias, do setor de Justiça com o setor educacional e de saúde, para que se obtenham melhores resultados. Leis que sejam respeitadas e fiscalizadas tendo como objetivo o bem comum. A Lei Seca, que proíbe o beber e dirigir, identifica o indivíduo e impõe sanções, também pode ser um exemplo, pelo número de vidas salvas até o momento. O fato de se criar uma intolerância com o fumar ou com o beber e dirigir em nenhum momento produziu desrespeito aos cidadãos que fumam ou bebem.<br />
No Brasil não temos uma política de prevenção do uso de drogas. Deixamos os milhões de crianças e adolescentes absolutamente sem nenhum tipo de orientação sobre prevenção do uso de substâncias. Fornecemos muito mais informações sobre o meio ambiente do que com os cuidados de saúde. Temos uma boa política de prevenção ambiental, mas não temos com relação às drogas. Não temos um sistema de tratamento compatível com a magnitude do problema, deixando milhares de usuários completamente desassistidos.<br />
O tema proposto por Fernando Henrique Cardoso é importante, traz a oportunidade de debatermos que tipo de política construir para a próxima geração. Queremos uma sociedade em que o uso de drogas seja um direito adquirido? Ou queremos uma sociedade muito mais ativa, em que o sistema de Justiça funcione em sintonia com os sistemas de saúde e educacional e possamos criar ações baseadas em evidências científicas para diminuir o custo social das drogas?<br />
Talvez um mundo sem drogas jamais exista. Como também não existirá um mundo sem crimes ambientais ou sem violações dos direitos humanos. Isso, no entanto, não é desculpa para descartar o ideal e continuar a lutar pelo objetivo de um mundo melhor. Tolerar as drogas, banalizar o seu consumo não é a melhor opção para uma sociedade que valorize a saúde e os melhores valores de respeito à dignidade humana.<br />
Ronaldo Laranjeira, professor titular de Psiquiatria da Unifesp, é coordenador do Instituto Nacional de Políticas do Álcool e Drogas (Inpad) do CNPqRicardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-51465475338303515392011-06-07T10:50:00.000-07:002011-06-07T10:50:51.095-07:00Filme Quebrando TabuSinopse<br />
Há 40 anos os EUA levaram o mundo a declarar guerra às drogas, numa cruzada por um mundo livre de drogas. Mas, os danos causados pelas drogas nas pessoas e na sociedade só cresceram. Abusos, informações equivocadas, epidemias, violência e o fortalecimento de redes criminosas são os resultados da guerra perdida numa escala global. Num mosaico costurado por Fernando Henrique Cardoso, Quebrando o Tabu escuta vozes das realidades mais diversas do mundo em busca de soluções, princípios e conclusões. Bill Clinton, Jimmy Carter e ex-chefes de Estado, como Colômbia, México e Suíça, revelam porque mudaram de opinião sobre um assunto que precisa ser discutido e esclarecido. Do aprendizado de pessoas comuns, que tiveram suas vidas marcadas pela Guerra às Drogas, até experiências de Dráuzio Varella, Paulo Coelho e Gael Garcia Bernal, Quebrando Tabu é um convite a discutir um problema com todas as famílias.<br />
O Projeto<br />
Quebrando o Tabu tem como principal objetivo a abertura de um debate sério e bem informado sobre o complexo problema das drogas no Brasil e no mundo. O filme pretende aproximar diversos públicos, entre eles os jovens, os pais, os professores, os médicos e a sociedade como um todo, para que se inicie uma conversa franca que leve a diminuição do preconceito, ajude na prevenção ao uso de drogas e que dissemine informações com base científica sobre o tema.<br />
O âncora do filme é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que aceita o convite do diretor Fernando Grostein Andrade para uma jornada em busca de experiências exitosas em vários lugares do mundo, sempre em diálogo com jovens locais e profissionais que se dedicam a tratar a questão das drogas de forma mais humana e eficaz do que as propostas na “guerra às drogas”, declarada pelos EUA há 40 anos.<br />
Quebrando o Tabu é uma ideia original do cineasta Fernando Grostein Andrade. O projeto teve duração de 2 anos.<br />
Com 58 diárias (31 no Brasil e 27 no exterior), o filme foi gravado em 8 países: Brasil, Estados Unidos, Portugal, Holanda, Colômbia, Suíça, França e Argentina; em cidades como Genebra, Amsterdam, Washington, Los Angeles, São Paulo, Rio de Janeiro, Bogotá, entre outras.<br />
As gravações somaram 400 horas de material bruto e 176 pessoas foram entrevistadas.<br />
Com depoimentos<br />
Fernando Henrique Cardoso, Sociólogo, Presidente do Brasil 1995 – 2002<br />
“Só quem é burro que não muda de opinião diante de fatos novos. Eu não tinha consciência da gravidade e do que significava essa questão, naquela época como tenho hoje.”<br />
Bill Clinton, Presidente dos Estados Unidos (1993 - 2001)<br />
“Pensar nela como uma guerra da sociedade é um pouco enganoso, como se houvesse alguma solução militar. E sabe que tenho experiência com isso, experiência pessoal. Tive um irmão que era viciado em cocaína, então conheço muito sobre isso.”<br />
Jimmy Carter - Presidente dos Estados Unidos (1977 - 1980)<br />
“Há provas claras de descriminação racial nas leis do nosso país que se aplicam à criminalização do uso dos narcóticos.”<br />
Ruth Dreifuss, Presidente da Suíça (1999)<br />
“Quem são os dependentes? Nossas crianças... Pessoas que amamos, pessoas que realmente queremos reabilitar.”<br />
Paulo Coelho, escritor<br />
“Seja aberto, seja honesto . Diga isso: É realmente a droga é fantástica você vai gostar. Mas cuidado. Por que você não vai decidir mais nada. Basta isso. Basta isso.”<br />
Gael Garcia Bernal, ator mexicano<br />
“Hoje em dia, o México é um país que está exilando cidadãos, moldando pessoas pela violência, pela insegurança e tudo está relacionado, de algum modo, ao narcotráfico. Todos os dias aparecem gente decapitada, é quase o pão de cada dia.”<br />
Drauzio Varella, médico voluntário no Carandiru<br />
“É difícil você largar de uma droga da qual você é dependente, isso é considerado uma doença, você não pode por na cadeia uma pessoa que tá doente. No futuro nós vamos olhar pra isso e dizer: “Olha que absurdo que eles faziam no passado, pegavam uma pessoa que usava droga e trancavam na cadeia”.<br />
Ethan Nadelmann, Diretor do Drug Policy Alliance<br />
“Disponibilizar heroína para um viciado em heroína é diferente de dar álcool a um alcoólatra. Quando você já é usuário de heroína há muitos anos a droga já não faz mais tanto efeito. Você toma basicamente para não se sentir mal. É realmente quando você criminaliza e marginaliza os dependentes que suas vidas são impactadas, muito mais do que apenas pela droga em si.”<br />
<img alt="" src="file:///C:/DOCUME%7E1/TEMP/CONFIG%7E1/Temp/moz-screenshot-1.png" />Gro Brundtland - Ex-Primeira Ministra da Noruega e Diretora Geral da Organização Mundial da Saúde<br />
“Por que não proibir o tabaco? Ponto final. Tornar o produto completamente ilegal. Mas chegamos à conclusão de que isso não seria viável, nem sábio da nossa parte. Precisávamos convencer as pessoas para isso não ficar em todos os lugares. Estávamos “ilegalizando” o uso da droga em diversas circunstâncias sem tornar o produto em si ilegal.”<br />
Ficha Técnica<br />
Spray Filmes, STart e Cultura e Luciano Huck apresentam "Quebrando o Tabu" (74 min)<br />
Com: Fernando Henrique Cardoso, Bill Clinton, Jimmy Carter, Drauzio Varella e Paulo Coelho Direção: Fernando Grostein Andrade<br />
Produzido por: Fernando Menocci, Silvana Tinelli e Luciano Huck Produtor Associado: Gustavo Halbreich Distribuição: Espaço Filmes Argumento: Fernando Henrique Cardoso, Fernando Grostein Andrade e Miguel Darcy Roteiro: Fernando Grostein Andrade, Ilona Szabó, Ricardo Setti, Thomaz Souto Correa, Bruno Módolo, Rodrigo Oliveira e Carolina Kotscho Direção de Fotografia: Fernando Grostein Andrade e Rafael Levy Produção Executiva: Fernando Menocci, Roberto Vitorino e Luiz Ferriani Nogueira Montagem: Jair Peres e Letícia Giffoni Trilha Original: Lucas Lima e Ruben Feffer "Dirty Rainbow", Composta e Interpretada por David Byrne Uma Produção: Spray Filmes e STart Cultura<br />
Trailer do filme<br />
http://www.youtube.com/watch?v=Hz0EWwC-hug<br />
Site http://www.quebrandootabu.com.br<br />
Fanpage oficial no Facebook http://www.facebook.com/quebrandootabu<br />
Twitter http://www.twitter.com/quebrandootabu<br />
Canal no Youtube http://www.youtube.com/quebrandootabuRicardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-61490132077264773832011-06-07T10:44:00.000-07:002011-06-07T10:46:14.844-07:00A guerra perdida contra as drogas<i>rês ex-presidentes latino-americanos demandam uma nova estratégia para combater o tráfico de drogas e suas consequências de violência e corrupção </i> <br />
<b>ELPais.Com - Internacional - 26-03-2009</b><br />
<b>Por José Miguel Larraya - Madrid </b><br />
Durante décadas, a violência na América Latina foi associada a insurreição armada e à repressão militar contra-revolucionária. Hoje, com ex-rebeldes ocupando escritórios do governo, outro fantasma tomou o palco: a violência armada ligada ao tráfico de drogas. A violência que alimenta um negócio multimilionário, o que estende a insegurança e o medo em cidades grandes e pequenas, drenando enormes recursos dos estados.<br />
E o pior: longe de definhar, se multiplica e ameaça a estabilidade dos governos. Três ex-presidentes latino-americanos – Fernando Henrique Cardoso, do Brasil; César Gaviria, da Colômbia e Ernesto Zedillo, do México, certificaram, em um documento abrangente, a derrota das forças da ordem em sua guerra contra as drogas. Isto não significa que tenham levantado a bandeira branca diante do crime organizado. Eles exigem uma nova estratégia política e de polícia, decorrente de um amplo debate social para o qual convocam todas as forças sociais do continente. E expõem os seus dados e argumentos no relatório “Drogas e Democracia: Rumo a uma Mudança de Paradigma”, preparado pela Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, composta por 17 proeminentes personalidades independentes. Eles exigem uma nova abordagem com menos ênfase na repressão e mais em políticas de saúde e educação. E inclui uma recomendação, a descriminalização da posse de maconha – o que por seu apelo midiático pode ofuscar uma reflexão mais profunda.<br />
fonte: http://www.drogasedemocracia.org/ <br />
<span style="font-family: Times New Roman;"><a href="http://drogasydemocracia.org/blog/archives/260">Para ler o artigo na íntegra, em Espanhol, clique aqui</a></span>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-84824399438786203532011-06-03T19:02:00.000-07:002011-06-03T19:02:31.168-07:00Filme Quebrando Tabu<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Hz0EWwC-hug?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-18740824043614562362011-05-25T09:09:00.001-07:002011-05-25T09:09:56.051-07:00O crack: como lidar com este grave problema (I)<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt 279pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Texto produzido pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde</span></div><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Breve panorama do crack</span><br />
<div align="justify"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O panorama mundial da difusão do uso do cloridrato de cocaína (pó) por aspiração intranasal esteve associado, a partir da década de 60, à falta de algumas drogas no mercado, como a anfetamina e a maconha, devido às ações repressivas. Contudo, o alto preço do produto levou usuários de drogas à descoberta de outras formas de uso com efeitos mais intensos, apesar de menor duração. Desse cenário, no início de 1980, aparecem novas drogas obtidas a partir da mistura de cloridrato de cocaína com ingredientes cada vez mais incertos e tóxicos. Tempos depois, surge o uso do crack, outra forma fumável de cocaína, disseminando-se no Brasil, oficialmente a partir de 1989, alastrando-se atualmente, em vários segmentos sociais de gênero, sexo, idade e classe social. </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Na produção de crack não há o processo de purificação final. O cloridrato de cocaína é dissolvido em água e adicionado em bicarbonato de sódio. Essa mistura é aquecida e, quando seca, adquire a forma de pedras duras e fumáveis. Além dos alcalóides de cocaína e bicarbonato de sódio, essas pedras contêm as sobras de todos os ingredientes que já haviam sido adicionados anteriormente durante o refino da cocaína. As pedras de crack são vendidas já prontas para serem fumadas. Sua composição conta com uma quantidade imprecisa de cocaína, suficiente para que possa produzir efeitos fortes e intensos. Além disso, para obter a produção final do crack são misturadas à cocaína diversas substâncias tóxicas como gasolina, querosene e até água de bateria.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O uso disseminado do crack no mundo das drogas está relacionado a vários fatores que levaram a uma grave transformação, tanto na oferta quanto na procura. De um lado, o controle mundial repressivo sobre os insumos químicos necessários a sua produção – como éter e acetona – leva os produtores a baratear cada vez mais sua fabricação, com a utilização indiscriminada de outros ingredientes altamente impuros. Quanto mais barata sua produção, mais rentável é sua venda. Por outro lado, o crack representa para a população usuária de drogas um tipo de cocaína acessível, pois vendido em pequenas unidades baratas, oferece efeitos rápidos e intensos. Entretanto, a desejada intoxicação cocaínica proporcionada pelo crack provoca efeitos de pouca duração, o que leva o usuário a fumar imediatamente outra pedra. Esse ciclo ininterrupto de uso potencializa os prejuízos à saúde física, as possibilidades de dependência e os danos sociais. A inovação no mercado das drogas com a entrada do crack atraiu pequenos traficantes, agravou ainda mais a situação, com o aumento incontrolável de produções caseiras, se diferenciando conforme a região do país. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">À cocaína é misturada uma variedade incerta de reagentes químicos em sua preparação. O desconhecimento quanto a sua composição pode dificultar, muitas vezes, as intervenções emergenciais de cuidados à saúde nos casos de intoxicação aguda sofrida por alguns usuários. Tais condições, porém, não impossibilitam o desenvolvimento de ações voltadas à saúde e ao bem-estar social da referida população</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Formas de uso e seus efeitos </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O crack é fumado por ser uma forma mais rápida (e barata) de a droga chegar ao cérebro e produzir seus efeitos. A pedra é quebrada e fumada de diversas maneiras e em diferentes recipientes: enrolada no cigarro de tabaco ou misturada na maconha – forma que parece amenizar psiquicamente os efeitos maléficos da droga, como o sentimento de perseguição, a agitação motora e posteriormente a depressão. É também fumado em cachimbos improvisados feitos em tubos de PVC ou em latas de alumínio muitas vezes coletados na rua ou no lixo, apresentando possibilidades de contaminação infecciosa. O uso de latas favorece a aspiração de grande quantidade de fumaça pelo bocal, promovendo intoxicação pulmonar muito intensa. </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> São vários os tipos de danos causados pelo uso de crack. Além dos problemas respiratórios pela inspiração de partículas sólidas, sua ação estimulante leva à perda de apetite, falta de sono e agitação motora e, a dificuldade de ingestão de alimentos pode levar à desnutrição, desidratação e gastrite. Podem ser ainda observados sintomas físicos como rachadura nos lábios pela falta de ingestão de água e de salivação, cortes e queimaduras nos dedos das mãos e às vezes no nariz, provocados pelo ato de quebrar e acender a pedra, além de ficar o usuário mais exposto ao risco social e de doenças. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Dados epidemiológicos </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt;">O cenário epidemiológico do crack no Brasil, segundo o CEBRID, aponta: </span> </div><div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span>1.<span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">População geral</span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">, cidades com mais de 200.000 habitantes (2001 e 2005) </span> </div><br />
<table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="border-collapse: collapse; border: medium none; margin: auto auto auto 54pt;"><tbody>
<tr> <td style="background-color: transparent; border: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 89.35pt;" valign="top" width="119"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;"></span></div></td> <td colspan="3" style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: windowtext windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; border-top: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 141.1pt;" valign="top" width="188"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">2001 </span></div></td> <td colspan="3" style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: windowtext windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; border-top: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 141.1pt;" valign="top" width="188"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">2005 </span></div></td> </tr>
<tr> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext; border-left: 1pt solid windowtext; border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 89.35pt;" valign="top" width="119"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;"></span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 48.15pt;" valign="top" width="64"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">homens </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 54.8pt;" valign="top" width="73"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">mulheres </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 38.15pt;" valign="top" width="51"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">total </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 48.15pt;" valign="top" width="64"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">homens</span> </div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 54.8pt;" valign="top" width="73"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">mulheres</span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 38.15pt;" valign="top" width="51"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">total </span></div></td> </tr>
<tr style="height: 3.1pt;"> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext; border-left: 1pt solid windowtext; border-right: 1pt solid windowtext; height: 3.1pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 89.35pt;" valign="top" width="119"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Crack: uso na vida (%) </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; height: 3.1pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 48.15pt;" valign="top" width="64"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,7 </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; height: 3.1pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 54.8pt;" valign="top" width="73"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,2 </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; height: 3.1pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 38.15pt;" valign="top" width="51"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,4 </span> </div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; height: 3.1pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 48.15pt;" valign="top" width="64"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">1,5 </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; height: 3.1pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 54.8pt;" valign="top" width="73"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,2 </span> </div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; height: 3.1pt; padding: 0cm 5.4pt; width: 38.15pt;" valign="top" width="51"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,7 </span></div></td> </tr>
</tbody> </table><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt 70.5pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span></span> </div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span>2.<span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Estudantes</span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> de 10 a 19 anos, ensino fundamental e médio da rede pública de ensino, (2004) – padrão de consumo de crack </span> </div><table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="border-collapse: collapse; border: medium none; margin: auto auto auto 55.05pt;"><tbody>
<tr> <td style="background-color: transparent; border: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 219.7pt;" valign="top" width="293"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Padrão de uso </span> </div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: windowtext windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; border-top: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 35.45pt;" valign="top" width="47"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">% </span></div></td> </tr>
<tr> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext; border-left: 1pt solid windowtext; border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 219.7pt;" valign="top" width="293"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Uso na vida </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 35.45pt;" valign="top" width="47"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,7 </span></div></td> </tr>
<tr> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext; border-left: 1pt solid windowtext; border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 219.7pt;" valign="top" width="293"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Uso no ano </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 35.45pt;" valign="top" width="47"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,7 </span></div></td> </tr>
<tr> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext; border-left: 1pt solid windowtext; border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 219.7pt;" valign="top" width="293"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Uso no mês </span> </div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 35.45pt;" valign="top" width="47"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,5 </span> </div></td> </tr>
<tr> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext; border-left: 1pt solid windowtext; border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 219.7pt;" valign="top" width="293"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Uso freqüente* 6 ou mais vezes nos últimos 30 dias </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 35.45pt;" valign="top" width="47"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,1 </span> </div></td> </tr>
<tr> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext; border-left: 1pt solid windowtext; border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 219.7pt;" valign="top" width="293"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Uso pesado** 20 ou mais vezes nos últimos 30 dias </span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 35.45pt;" valign="top" width="47"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">0,1 </span></div></td> </tr>
</tbody> </table><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span><span> </span></span> </div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span>3.<span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Crianças e adolescentes</span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;">, de 9 a 18 anos, em situação de rua (27 capitais brasileiras - 2003) </span> </div><table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="border-collapse: collapse; border: medium none; margin: auto auto auto 55.05pt;"><tbody>
<tr> <td style="background-color: transparent; border: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 161.05pt;" valign="top" width="215"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Uso no ano </span> </div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: windowtext windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; border-top: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 44.45pt;" valign="top" width="59"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">8,6% </span></div></td> </tr>
<tr> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext; border-left: 1pt solid windowtext; border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 161.05pt;" valign="top" width="215"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">Uso no mês</span></div></td> <td style="background-color: transparent; border-bottom: 1pt solid windowtext; border-color: rgb(212, 208, 200) windowtext windowtext rgb(212, 208, 200); border-right: 1pt solid windowtext; padding: 0cm 5.4pt; width: 44.45pt;" valign="top" width="59"> <div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 10pt;">5,5% </span> </div></td> </tr>
</tbody> </table><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt;"> <br />
</span></div><br />
<div align="justify"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span> Gestores de saúde mental relatam aumento no consumo de crack em regiões que não apresentavam consumo significativo da droga, em especial no nordeste e nas cidades fora dos grandes centros urbanos. O aumento parece estar relacionado com o baixo custo e as características dos efeitos procurados, embora sejam necessários estudos e pesquisa sobre a influência desses ou outros fatores.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span> </span>Atenção integral em saúde e saúde mental aos usuários de crack </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Como todo uso de drogas está associado a fatores biopsicossociais, o consumo de crack não é diferente. Além dos problemas físicos já descritos, há os de ordem psicológica, social e legal. Ocorrem graves perdas nos vínculos familiares, nos espaços relacionais, nos estudos e no trabalho, bem como a troca de sexo por drogas e, ainda, podendo chegar à realização de pequenos delitos para a aquisição da droga. Há controvérsia se tais condutas socialmente desaprovadas têm relação com o estado de “fissura” para usar ou se resulta da própria intoxicação. A unanimidade é que o usuário desemboca numa grave e complexa exclusão social. </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">As abordagens ao usuário de crack exigem criatividade, paciência e respeito aos seus direitos, enquanto cidadão, para superar seu estado de vulnerabilidade, riscos, estigma e marginalização. Estratégias preventivas podem ser levantadas não somente entre esse novo grupo, como também dirigidas àqueles usuários que, por algum motivo, ainda não se aventuraram nesse tipo de droga. O atendimento ao dependente de crack deve considerar alguns importantes critérios: </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span><span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span>1.<span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O usuário que não procura tratamento</span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">: a ele devem ser dirigidas estratégias de cuidados à saúde, de redução de danos e de riscos sociais e à saúde. As ações devem ser oferecidas e articuladas por uma rede pública de serviços de saúde e de ações sociais e devem ser feitas por equipes itinerantes, como os consultórios de rua, <span> </span>que busquem ativamente ampliar o acesso aos cuidados em saúde e em saúde mental destes usuários. A perspectiva dessa abordagem objetiva os cuidados da saúde como também as possibilidades de inserção social. </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span><span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span>2.<span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A porta de entrada na rede de atenção em saúde deve ser a Estratégia de Saúde Família e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Estes serviços especializados devem ser os organizadores das demandas de saúde mental no território. Os CAPS devem dar apoio especializado às ESF, fazer articulações intersetoriais (educação, assistência social, justiça, cultura, entre outros) e encaminhar e acompanhar os usuários à internação em hospitais gerais, quando necessário.<span> </span></span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span><span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span>3.<span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando o usuário acessa as equipes de saúde e de saúde mental, <span> </span>é necessária uma avaliação clínica das suas condições de saúde física e mental, para a definição das intervenções terapêuticas que devem ser desenvolvidas. É importante que se faça uma avaliação de risco pelas equipes de saúde para se definir se é necessária ou não a internação. </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span><span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span>4.<span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A internação deve ser de curta duração, em hospital geral da rede pública, com vistas à desintoxicação associada aos cuidados emergenciais das complicações orgânicas e/ou à presença de algum tipo de co-morbidade desenvolvida com o uso. É concebível e muito comum que usuários de crack, ainda que num padrão de uso preocupante, resistam à internação e optem pela desintoxicação e cuidados clínicos em regime aberto, acompanhado nos CAPSad por uma equipe interdisciplinar, nos níveis de atendimento intensivo, semi-intensivo e até o não intensivo. Nesse caso, a boa evolução clínica, psíquica e social dependerá da articulação inter e intrasetorial das redes de apoio, inclusive e se possível, com mobilização familiar. </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span><span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span>5.<span style="font: 7pt 'Times New Roman';"> </span></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A decisão pela internação deve ser compreendida como parte do tratamento, atrelada a um projeto terapêutico individual e, assim como a alta hospitalar e o pós-alta, deve ser de natureza interdisciplinar. Intervenções e procedimentos isolados mostram-se ineficazes, com pouca adesão e curta duração, além de favorecer o descrédito e desalento da <span> </span>família e mais estigma ao usuário. </span> </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Estratégias de intervenção e cuidados da rede de saúde: </span> </div><ol style="margin-top: 0cm;" type="1"><ol style="margin-top: 0cm;" type="a"><li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Avaliação interdisciplinar para cuidados clínicos (e psiquiátricos, se necessário) </span></li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Construção de Projeto Terapêutico Individual, articulado inter e intrasetorialmente </span></span> </li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Atenção básica (via ESF e NASF, com participação de profissionais de AD) </span> </li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">CAPSad – acolhimento nos níveis intensivo, semi-intensivo até não intensivo </span> </li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Leitos em hospital geral </span> </li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Consultórios de rua, casas de passagem </span> </li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Estratégias de redução de danos </span> </li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Articulação com outras Políticas Públicas: Ação Social, Educação, Trabalho, Justiça, Esporte, Direitos Humanos, Moradia. </span></li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> <br />
</li>
</ol></ol><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> <div align="justify"> Referências bibliográficas de consulta: <br />
1. Domanico, A. & MacRae, E. Estratégias de Redução de Danos entre Usuários de Crack. In: Silveira, D. X. & Moreira, F. G. Panorama Atual de Drogas e Dependências. São Paulo: Ed. Atheneu, 2006. <br />
2. Silveira, DX, Labigalini E. e Rodrigues, LR Redução de danos no uso de maconha por dependentes de crack. In: SOS crack prevenção e tratamento. Governo do Estado de São Paulo, 1998. <br />
3. Andrade, AG, Leite, MC e col. Cocaína e crack: dos fundamentos ao tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. <br />
4. Governo de São Paulo. SOS crack: prevenção e tratamento, diretrizes e resumos de trabalhos, 1999. <br />
5. Silva, SL. Mulheres da luz: uma etnografia dos usos e da preservação no uso do crack. 2000.<br />
</div></span></div><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span> </span><span> </span>15.dezembro.2009</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool & Outras Drogas <br />
</span>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-36766757236632151862011-05-25T09:02:00.000-07:002011-05-25T09:02:34.740-07:00Texto sobre a legalização das drogas-Por Bruno Cava<h2><span>18 de abril de 2011</span></h2><a href="" name="130276c5a5c7e4e9_3389674369781148435" rel="nofollow"></a> <h3> <a href="http://quadradodosloucos.blogspot.com/2011/04/legalizar-todas-as-drogas.html" rel="nofollow" target="_blank">Legalizar todas as drogas.</a> </h3><div> </div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAksd-ZJfR0yYSOgDxEVPQRqQXilUfs8ZkNReFbuRad6sGqEq_Bo61qO34KhyphenhyphenpEMnDlRVlK6ApjV9_XGVm4mg-UqxHr7XbIsVZ2DOLitYgiJMTB8B-59MbBfRHixgxH1cLwgVWNcFrcy1v/s1600/drogas.jpg" rel="nofollow" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"></a><span style="font-size: medium;">A mídia carniceira vibrou com a fala pró-legalização do deputado federal Paulo Teixeira, num debate sobre política de drogas. O líder do PT na Câmara <a href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/903644-lider-do-pt-defende-plantio-de-maconha-em-cooperativa.shtml" rel="nofollow" target="_blank">defendeu abertamente</a> a descriminalização da maconha e propôs a criação de cooperativas de usuários para o plantio seguro. Uma declaração corajosa, levando em conta o <a href="http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4903431-EI7896,00.html" rel="nofollow" target="_blank">afastamento de Pedro Abramovay</a> do ministério da justiça, em janeiro, depois de posicionar-se pela despenalização de pequenos comerciantes de substâncias ilícitas.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">No fundo, Paulo não falou nada revolucionário, senão no ato performativo de falá-lo na condição de parlamentar. Repetiu uma tendência do direito brasileiro e mundial em despenalizar o usuário, mantendo a repressão sobre o comércio.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">O debate ainda se pauta demais por parâmetros liberais. Isto é, discutem-se os limites: até onde se deve proibir, em que ponto traçar a linha entre ingerência estatal e liberdade individual. Nessa direção, sustentar que ao estado cabe educar sobre os efeitos, controlar a qualidade e oferecer tratamento aos viciados, mas não invadir a esfera pessoal da escolha.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Que não deixa de ser bastante razoável. Não há delito de autolesão e existem milhares de drogas lícitas cujo uso descontrolado tem potencial agressor igual ou maior do que as ilegais. Bastam citar o cigarro e a bebida alcóolica, vendidas em qualquer boteco, ou então fármacos tarja-vermelha e preta: analgésicos, estimulantes, remédios para regime, ansiolíticos como o <i>Rivotril</i>. Este último, consumido ma$$ivamente no Brasil (viva a "<a href="http://super.abril.com.br/saude/nacao-rivotril-587755.shtml" rel="nofollow" target="_blank">Nação Rivotril</a>"), induz aguda dependência, é altamente incapacitante, e sua sobredose conduz ao óbito.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Não se trata de "liberar geral". Legalizar significa estabelecer marcos regulatórios que prevejam racionalmente os usos para cada substância. É botar uma bula na maconha, cobrar imposto e impedir que seja misturada com o <i>crack</i>. É esclarecer a respeito de dosagens recreativas (e seus riscos) para o lança-perfume e o <i>ectasy</i>, mas restringir a heroína a reservadíssimos usos medicinais (para doentes terminais de câncer, por exemplo). É viabilizar o uso religioso do Santo Daime, bem como o uso artístico do LSD.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Nenhuma droga é perigosa <i>em si</i> (aliás, nada é perigoso <i>em si</i>). O perigo consiste em usá-la de modo errado, desinformado, imaturo. Como o carro, o sexo, o <i>Big Mac</i>, a arma de fogo. Aí a interdição resta tão nefasta: descontrola o uso ao invés de discipliná-lo, incentiva-o em vez de esclarecer a respeito, incita a violência e a guerra em vez de combatê-las, e corrompe profundamente o sistema policial e, assim, a própria democracia. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">É preciso ir além desse debate liberal, e abordar como a proibição de certas drogas constitui peça de uma engrenagem com rendimentos econômicos, eleitorais e políticos. Ultrapassar a discussão dos limites significa desnudar a malha de relações de poder e regimes de acumulação implicados na economia da droga. Ser materialista.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Porque não adianta continuar chovendo no molhado, e ficar só repetindo o quão absurdo é abraçar a política de drogas com o sistema policial/penal. <i>Isso já se sabe. </i>O caso está que a legalização não interessa a quem lucra --- financeira, eleitoral ou politicamente --- em cima de monopólios de produção e venda, e do controle social reflexo, realizado em nome do "combate às drogas" (ex.: a <a href="http://www.amalgama.blog.br/11/2010/tres-propostas-para-o-caos-no-rio-de-janeiro/" rel="nofollow" target="_blank">ocupação do complexo do Alemão</a>).</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Desbaratar essa <a href="http://criminologiaealteridade.ning.com/forum/topics/o-complexo-do-alemao-e-as?" rel="nofollow" target="_blank">máquina de gestão violenta do ilícito, </a>--- o que o filósofo Michel Foucault chamava "economia das ilegalidades" --- não passa somente por argumentos racionais, mas por uma luta política, que legalize todas as substâncias e desmonte as empresas lucrativas de drogas entranhadas unha-e-carne com a atuação do estado. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">******************************</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">A ocasião me concede a licença para reproduzir a <a href="http://quadradodosloucos.blogspot.com/2011/02/descriminalizacao-das-drogas-tabua-dos.html" rel="nofollow" target="_blank">tábua dos dez argumentos</a> do <i>Quadrado dos loucos</i>, sobre a proibição das drogas ilícitas:</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: medium;">A criminalização da circulação de uma substância:</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">1) não coíbe efetivamente o consumo;</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">2) não desincentiva a demanda;</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">3) fortalece a aura de rebeldia jovem, ao redor da clandestinidade;</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">4) conduz à territorialização armada da venda;</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">5) motiva a violência na defesa e conquista dos territórios monopolizados;</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">6) motiva a violência policial em resposta, mesmo como pretexto para outras ações;</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">7) inflaciona o preço, contorna os impostos e reduz drasticamente a qualidade do produto, multiplicando os lucros da cadeia produtiva;</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">8) facilita a corrupção da polícia, a formação da milícia e o caixa 2 de campanhas eleitorais;</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">9) confere um corte classista à violência, incidindo sobre populações mais pobres, acentuando o estigma social e racial;</span></i></div><div style="text-align: justify;"> <i><span style="font-size: x-small;">10) financia a máfia internacional, que aufere os principais dividendos do negócio e os utiliza noutras atividades muito piores (tráfico de armas, de mulheres), estendendo tentáculos aos governos nos mais diversos níveis institucionais.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: medium;">Por tudo isso, nenhuma droga deveria ser assunto de polícia, mas de saúde pública. Como o cigarro e a bebida alcóolica. </span></span></i></div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-31995477209949036452011-05-20T10:33:00.000-07:002011-05-20T10:35:46.802-07:00Artigo Sobre Oxi - FIOCRUZ<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYmo4NVysWHXLblWUjeK9qcvtSO-A3Y05DuwYI8jIV9bu9a7JQQyVjD-S5PSakrknENf8xonts-SZPDE4sdiKfVEtC-iKb2_RHDyaonn5zJkPwn0C0MVscyIrFVOcnfesWkCxmQboVQ9gr/s1600/oxi_ou_pasta_base%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="231" j8="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYmo4NVysWHXLblWUjeK9qcvtSO-A3Y05DuwYI8jIV9bu9a7JQQyVjD-S5PSakrknENf8xonts-SZPDE4sdiKfVEtC-iKb2_RHDyaonn5zJkPwn0C0MVscyIrFVOcnfesWkCxmQboVQ9gr/s320/oxi_ou_pasta_base%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div><a href="http://uniad.org.br/images/stories/pdf/iso-8859-%5B1%5D.PDF">http://uniad.org.br/images/stories/pdf/iso-8859-%5B1%5D.PDF</a>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-48740782761963823772011-05-09T11:44:00.000-07:002011-05-09T11:45:17.895-07:00O Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack conseguirá atingir os resultados pretendidos?<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">SIM</span></b><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"> , Cynthia Studart (Assistente social e pesquisadora</span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 8pt;">) </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">Quando discutimos sobre drogas, especificamente sobre o crack, é preciso fugir das velhas classificações, estigmatizações e homogeneizações que historicamente marcam este debate e se polarizam entre uma questão de saúde ou de polícia. Ora o usuário um delinquente, ora um doente. O consumo de crack é permeado por dilemas e ambiguidades que o tornam fenômeno bastante complexo e assim deve ser o seu enfrentamento. O Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack, criado em maio de 2010 pelo ex-presidente Lula, tem como ideia principal a integração de esforços de diversos órgãos do poder público e como diretrizes os eixos da prevenção, do tratamento, da reinserção social e da repressão qualificada ao tráfico, a partir de ações emergenciais e estruturantes. Tal iniciativa foi sim bastante positiva num contexto de ausência de políticas públicas específicas, embora uma intervenção tardia, considerando o cenário de epidemia que o Brasil está vivenciando. O efeito rápido e estimulante, somado ao preço “relativamente” baixo, faz com que essa droga seja a mais consumida entre as populações vulneráveis como moradores de rua, adolescentes, jovens e mulheres das periferias. Outro dilema a ser considerado é que devido ao alto poder de intoxicação o crack provoca mais facilmente e, em rápido tempo, tolerância e dependência química, transformando, inclusive, vários usuários em pequenos traficantes no mercado varejista da droga. Com densa capilaridade e pulverização, a lógica do consumo, da comercialização e distribuição do crack é diferente das demais drogas, impondo a elaboração de estratégias específicas em áreas distintas, como Saúde, Segurança e Assistência Social, já que vulnerabilidade social, exclusão, violência e criminalidade muitas vezes se misturam. Outro grande desafio para a efetividade do Plano é a produção de conhecimento sobre o consumo de crack no Brasil: padrões de consumo, incidência, prevalência e os danos sociais produzidos. Este conhecimento é essencial para subsidiar ações estratégicas nas políticas públicas e a elaboração de protocolos de atendimento e de cuidados integrados. E ainda a capacitação de lideranças comunitária se dos agentes operacionalizadores, pois de nada adianta ampliar serviços se não discutirmos e pactuarmos conceitualmente e politicamente como eles irão funcionar. Na implementação do Plano outro passo, além da liberação integral dos recursos que foram previstos, é efetivar a pactuação e a articulação dos entes federados, pois se não houver um esforço coletivo das diferentes instâncias com suas devidas competências não teremos como avançar com a grande responsabilização por parte dos municípios. De nada adianta decretar ações se corações e mentes não estiverem comprometidos em tirar essa pedra do nosso caminho</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">NÃO, </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Ronaldo Laranjeira</span><span style="font-family: MW-Amplitude-Black; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: MW-Amplitude-Black;"><span style="font-family: Calibri;"> (</span></span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 8.0pt;">Professor titular de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo)</span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 18pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) foi criada no governo FHC e até hoje foi gerenciada quase que exclusivamente por generais. Recentemente passou para o Ministério da Justiça. Infelizmente manteve os mesmos profissionais e a mesma filosofia de insensibilidade com a saúde pública e de distanciamento</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">com a sociedade. A política em relação ao crack é o melhor exemplo da sua ineficiência. Há mais de 10 anos inúmeras associações de profissionais alertam da necessidade de criar uma política vigorosa para o crack. Notava-se a expansão da droga para além de São Paulo. Só em 2010, devido às eleições, a Senad</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">produziu, de afogadilho, um pomposo plano nacional contra o crack. Quais são minhas principais críticas:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">1 – Tolera-se o uso público do crack: o plano parte do princípio de que nada pode ser feito com o usuário que está nas ruas e que deveríamos levar até mesmo um consultório para o local de uso com a intenção de</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">tratar as pessoas. A Senad alocou mais de R$14 milhões para essa prática sem nunca ter mostrado sua eficácia. Sou francamente desfavorável a esse gasto. Doentes devem ser tratados em ambientes de saúde. Se fossem portadores do HIV ou tuberculosos, a sociedade não toleraria tratá-los na rua. Estudos mostram</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">que cerca de 27% dos usuários de crack morrem nos primeiros anos de uso. Deixá-los na rua só aumentaria a mortalidade. A prioridade deveria ser claramente tratá-los em ambiente apropriado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">2 – Estratégia de pulverização dos recursos pelo Brasil: o governo alocou cerca de R$ 300 milhões para o crack. No entanto distribuiu sem muita estratégia pelo País, sem a preocupação de criar redes de tratamento. Insiste nos Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (Caps-AD) quando as evidências são que poucos usuários de crack aderem ao tratamento ambulatorial. Se não houver alguma</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">forma de internação acoplada ao ambulatório a eficácia da intervenção é baixa. Poderemos até criar serviços para o crack em alguns estados, mas ficarão desconectados de uma rede assistencial e portanto perderemos todos esses milhões de reais e a oportunidade de protegermos essa população tão vulnerável.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">3 – Recusa da Senad de criar uma rede de clínicas especializadas para o crack: o Plano fala na criação de leitos no hospital geral. Isso é muito diferente. Leitos não implicam numa equipe especializada, o que torna praticamente impossível que o gestor de um hospital aceite ter usuário de crack, que normalmente</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">chega agitado e agressivo, junto com outros doentes.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">Pode ser que a Senad queira se reinventar e colocar para trás os anos de chumbo de insensibilidade e descompromisso. Mas terá que mostrar com novos planos e nova equipe, ouvindo a comunidade científica e a sociedade brasileira.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><br />
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">EM TERMO</span><span style="font-size: 14pt;"><span style="font-family: Calibri;">, </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Juliana Sena</span><span style="font-family: MW-Amplitude-Black; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: MW-Amplitude-Black;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">(</span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 9pt; mso-bidi-font-size: 8.0pt;">Mestre em Saúde Pública e coordenadora técnica do Pacto pela Vida, articulado pelo Conselho de Altos Estudos da Assembleia Legislativa do Ceará)</span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">São válidas todas as ações propostas para o enfrentamento ao crack, ao álcool e às outras drogas, especialmente porque tais iniciativas trazem à tona o debate sobre a problemática, despertando assim os gestores de todas as esferas governamentais a tomarem iniciativas localmente. O problema do crack</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">bem como das outras drogas deve ser tratado com atenção, a fim de que a cada dia se dê um passo em busca de soluções. O Plano Nacional, especificamente, vem acompanhar as iniciativas já existentes</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">com um diferencial que é o de agregar a diversidade de modalidades de tratamento. A proposta contempla desde as iniciativas de atendimento ambulatorial à internação – o que respeita as necessidades individuais</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">dos usuários. No entanto, a contemplação por meio de editais diretos aos municípios, sem a elaboração de um diagnóstico pode recair em um erro de não serem contempladas instituições ou modalidades menos conhecidas. E ainda mais, sendo um plano nacional, não se consideram as diferentes situações porque passam as diversas regiões do País. Lidar com a questão de forma integrada é um desafio imposto pela complexidade da questão das drogas. Para isso, o Pacto pela Vida, articulado pela Assembleia Legislativa</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "MW-PoynterOSTextOneL", "serif"; font-size: 10pt;">do Ceará, organiza-se em eixos temáticos, são eles: prevenção ao uso, tratamento de dependentes, repressão ao tráfico e reinserção Social. Entre as constatações até agora relatadas especialmente no interior do Estado, não há prioridade de políticas para essa temática, somando-se à carência de profissionais capacitados para o atendimento, bem como as ações de prevenção propostas pelas políticas públicas, nas áreas de educação, esporte, cultura entre outras, serem insuficientes para acompanhar o avanço do consumo. A repressão ao tráfico aponta para o aumento considerável de organizações criminosas voltadas para o tráfico de drogas no Ceará. Percebeu-se também o crescimento em todo Estado do microtráfico, ou seja, a venda de pequenas quantidades de drogas nos bairros periféricos das cidades. Já na reinserção social existem algumas ações municipais que buscam operacionalizar uma rede de agentes públicos voltada à inclusão social dos usuários de drogas. Após um período de diagnóstico, quando foram coletados dados e informações sobre as drogas no Ceará, o Pacto pela Vida chega, atualmente, a uma etapa propositiva, por meio de encontros municipais e seminários regionais. Por iniciativa da Assembleia Legislativa, a ideia é discutir a realidade não só na Região Metropolitana, mas também no meio rural, onde já se podem perceber os problemas entre as famílias. O Pacto pela Vida, sobre drogas, atualmente articulado pela Assembleia junto a pouco mais de 220 instituições entre públicas e privadas, está em campo adentrando o interior do Ceará</span></div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-60745529063904895922011-04-27T04:44:00.000-07:002011-04-27T04:44:22.984-07:00Saiba a diferença entre oxi, crack e cocaína<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Drogas têm o mesmo princípio ativo e são usadas da mesma forma.<br />
Diferença está no que é usado para transformar a cocaína em pedra.<br />
Tadeu Meniconi - Do G1, em São Paulo<br />
Fundação Oswaldo Cruz planeja mapeamento do uso de oxi no país<br />
O oxi é cada vez mais um problema de saúde pública no Brasil. A droga chegou ao país em meados da última década pelo Acre e pelo Amazonas, nas regiões das fronteiras com Bolívia e Colômbia. Agora, há registro de mortes no Piauí e a ameaça de que ela atinja o Sudeste. A Fundação Oswaldo Cruz já prepara um mapeamento da droga no território nacional.<br />
A droga é derivada da planta coca, assim como a cocaína e o crack. Há diferenças, contudo, no modo de preparo. Existe uma pasta base, com o princípio da droga, e de seu refino vem a cocaína. <br />
“A pasta base é como a rapadura e a cocaína é como o açúcar”, compara Marta Jezierski, médica psiquiátrica e diretora do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), ligado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.<br />
O crack e o oxi são feitos a partir dos restos do refino da cocaína. As três drogas possuem, portanto, o mesmo princípio ativo e um efeito parecido, que é a aceleração do metabolismo, ou seja, do funcionamento do corpo como um todo.<br />
Quando menor a duração do efeito, mais viciante é uma substância"<br />
Marta Jezierski, médica psiquiátrica<br />
A diferença da cocaína para as outras duas está no que os especialistas chamam de “via de administração”.<br />
Enquanto a primeira é inalada em forma de pó, as outras duas são fumadas em forma de pedra. Isso muda a forma como o corpo lida com a dose.<br />
O pó da cocaína é absorvido pela mucosa nasal, que tem nervos aflorados, responsáveis pelo olfato. O efeito dura entre 30 e 45 minutos. No caso das outras duas drogas, a absorção acontece no pulmão, de onde ela cai na corrente sanguínea. O efeito dura cerca de 15 minutos, e por isso, é mais intenso que o da cocaína, o que aumenta o risco de que o usuário se torne um viciado.<br />
“Quando menor a duração do efeito, mais viciante é uma substância”, afirma Jezierski.<br />
“Se você usa uma que dá um 'barato' de 48 horas, você não precisa de outra dose tão cedo, mas se usa uma que dá um barato de 15 minutos e, em seguida, te dá depressão, vai querer outra dose”, explica a psiquiatra.<br />
A grande diferença do oxi para o crack está na sua composição química. Para transformar o pó em pedra, o crack usa bicarbonato de sódio e amoníaco. Já o oxi, com o objetivo de baratear os custos – e atingir um número maior de usuários –, leva querosene e cal virgem.<br />
Querosene e cal virgem são substâncias corrosivas e extremamente tóxicas. Por isso, o consumo do oxi pode levar à morte mais rápido que o crack – no qual o que é realmente nocivo é o princípio ativo da droga.<br />
“A hipocrisia do suicídio é bem menor”, conclui Jezierski sobre o oxi, em relação ao crack</div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-12738878976554696582011-04-25T04:35:00.001-07:002011-04-25T04:35:49.498-07:00Cuidado com 'misturinhas' alcoólicas<div class="textoPreto"><b>Especialistas alertam para os riscos de excessos de bebida na Virada Cultural. As consequências vão desde uma simples dor de cabeça até o coma</b></div><br />
<div class="textoPreto">Com a proibição da venda de bebidas alcoólicas em barracas credenciadas pela Prefeitura durante a Virada Cultural, muita gente, com certeza, vai recorrer a outros meios para garantir a "alegria" da festa. E aí que mora o perigo, principalmente para quem tem o hábito de beber "misturinhas" caseiras de procedência desconhecida, vendidas a preço popular por ambulantes ou em bares.<br />
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É o caso, por exemplo, do "vinho químico" - uma mistura de vinho de cidra, açúcar, corantes e álcool de cozinha com teor de 42 graus - vendido em garrafas plásticas ou doses. Adocicada, saborosa e perfumada, a bebida chega a agradar até alguns dos mais finos paladares. Porém, especialistas alertam que, por trás dessa aparência inofensiva se esconde uma verdadeira bomba que pode provocar sérias lesões no organismo, além de outros problemas graves, como levar uma pessoa ao coma alcoólico.<br />
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<strong>INTOXICAÇÃO</strong> / A médica Marta Jezierski, diretora do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), da Secretaria estadual da Saúde, afirma que só o fato de a bebida conter álcool com teor de 42 graus já a torna muito mais tóxica. O teor alcoólico do vinho varia de 13 a 14 graus e, no caso da mistura, o alto teor potencializa o efeito da bebida.<br />
<br />
"A mistura pode causar sérias lesões no fígado e inflamar as paredes do intestino, fazendo com que ele deixe de absorver alimento e água. A pessoa acaba ficando desidratada", diz.<br />
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O psiquiatra Carlos Salgado, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Drogas, lembra que o uso excessivo de bebida traz consequências além dos problemas orgânicos: a embriaguez ou vulnerabilidade a riscos, como atropelamento ou sexo desprotegido.<br />
<br />
"O álcool é uma loteria. Às vezes, uma pessoa mais tolerante pode beber muito e não acontecer nada. Mas em outras o efeito da bebida é imediato", afirma Salgado. O psiquiatra ressalta ainda que pelo menos 12% da população têm propensão ao alcoolismo sem saber e só descobre quando bebe.<br />
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Segundo Marta, o metabolismo de um homem aguenta bem entre duas ou três cervejas por dia. Já na mulher a tolerância máxima é de uma a duas.<br />
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<strong>Veja como beber sem ter problemas futuros</strong><br />
A médica Jezierski afirma que, se a pessoa quiser beber, precisa tomar alguns cuidados para o organismo metabolizar o álcool. Segundo ela, é preciso intermediar bebida com alimentos doces ou salgados, mesmo gordurosos, e tomar muita água, suco ou refrigerante.<br />
<strong><br />
Bares com alvará podem vender bebida</strong><br />
As 105 barracas credenciadas vão vender apenas alimentos, água e refrigerantes. Mas bares do entorno com alvará para funcionar após a 1h poderão vender bebidas alcoólicas. Além disso, nada impede que as pessoas tragam de casa. Porém, a PM vai coibir embalagens como as de vidro, que podem ser usadas como arma.<br />
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<strong>FONTE: Diário de São Paulo</strong><br />
</div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-16360216940848014672011-04-20T09:17:00.000-07:002011-04-20T09:17:42.069-07:00Assembleia Legislativa do Piauí discute tratamento a dependentes<div style="text-align: justify;">Foi realizada na manhã desta segunda (18), a primeira reunião da Frente Parlamentar de Políticas Públicas Sobre Drogas, da Assembleia Legislativa. O grupo composto por 11 deputados irá chamar setores da sociedade, entidades técnicas e poderes públicos para discutir a questão das drogas no Piauí, desde a repressão ao tráfico, à prevenção e o tratamento dos dependentes. O objetivo é encontrar e encaminhar soluções para cada uma destas áreas.</div><div style="text-align: justify;">Nessa primeira reunião foi definida a executiva da Frente, que terá a deputada Rejane Dias como presidente e Margareth Coelho como vice-presidente. O primeiro secretário é o deputado Flávio Nogueira Filho e, a segunda secretária, Juliana Falcão.</div><div style="text-align: justify;">Também foi definido um calendário de ações da Frente, que é composto por Fóruns de Debates mensais sobre vários temas que envolvem a problemática das drogas. Em novembro será elaborado um relatório com um diagnóstico e diretrizes a serem tomadas pelos deputados para auxiliar os poderes executivos, judiciário e a sociedade a cumprirem suas funções no combate ao avanço das drogas.</div><div style="text-align: justify;">O primeiro Fórum acontecerá no dia 28 de abril, com a temática: Política de Tratamento aos Dependentes Químicos no Estado do Piauí nas Áreas Pública e Privada. Serão chamados representantes das comunidades e centros de tratamentos, técnicos da área de saúde e membros do executivo e judiciário para discutirem a criminalização e tratamento aos dependentes.</div><div style="text-align: justify;">“Paralelamente, nós vamos fazer um levantamento das leis que possam ajudar o judiciário e o executivo a executar melhor a atarefa de combater as drogas e tratar os dependentes. Temos a prerrogativa de fiscalizar e legislar e, desta forma, esta é uma das formas de contribuirmos com esta luta”, declarou Rejane Dias.</div><div style="text-align: justify;">A deputada Margareth defendeu celeridade na execução do cronograma. “A cada dia são mais e mais jovens se tornando uma nova vítima. Precisamos iniciar os trabalhos o mais rápido possível”, completou.</div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-61716039622822489312011-04-19T10:19:00.000-07:002011-04-19T10:19:47.057-07:00Procuradoria investiga 190 bares por infringir a lei antifumo em Teresina<span class="cb_portal"></span> <h2 class="lead">A emenda de autoria do vereador Edson Melo (PSDB) estabelece que o proprietário do estabelecimento fica livre para adotar ou não a lei. </h2><div style="overflow: hidden;"> <div class="printshare"> <div><span class="print"></span><span class="orkut"></span><span class="fontsize" style="float: right;"><br />
</span> </div></div></div><div style="text-align: justify;">O Ministério Público do Trabalho no Piauí divulgou nota na tarde desta segunda-feira (18) classificando como “retrocesso” a alteração na lei antifumo, que proíbe o uso de cigarros em ambientes fechados. A Procuradoria do Trabalho já abriu 190 investigações para apurar desobediência a nova lei.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><img alt="" border="0" src="http://www.cidadeverde.com/noticias/editor/assets/img49/cigarrobares1.jpg" /></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A emenda de autoria do vereador Edson Melo (PSDB) estabelece que o proprietário do estabelecimento fica livre para adotar ou não a lei. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No entendimento do Ministério Público do Trabalho, a exceção poderá ser danosa para os trabalhadores das casas noturnas, bares, hotéis e restaurantes de Teresina.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“A atuação do MPT para abolir o uso de tabaco em locais de uso coletivo tem por finalidade proteger a saúde dos trabalhadores, mas termina por favorecer a toda a sociedade”, diz a nota. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">fonte:cidadeverde.com</div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-43048715960041453342011-04-17T08:46:00.000-07:002011-04-17T08:46:12.274-07:00Internação como método eficaz de tratamento para dependentes de crack<div style="text-align: justify;">O crack é uma substância entorpecente devastadora do organismo, da mente e da função social da maioria dos indivíduos que ousaram experimentá-la. Atualmente, os números relativos a seu consumo são alarmantes, assumindo proporções endêmicas no Ceará e no Brasil. As condições de vida social estressantes as quais todos estão submetidos acabam fragilizando o comportamento daqueles que sofrem com as exigências impostas pela família e sociedade, fazendo com que estes, se expostos ao contato com um artifício que modifique seu lado emocional, proporcionando êxtase de forma instantânea e sem esforços, tornem-se usuários contumazes do crack e seus efeitos. A grande questão são os problemas relacionados ao seu uso, ou seja, seus efeitos colaterais. O usuário de crack, geralmente, em pouco tempo de consumo, torna-se um dependente e, desse modo, tem diversos órgãos (prejudicando estômago, pulmões, coração, cérebro, etc.), pensamentos (produzindo delírios, alucinações e problemas cognitivos) e emoções (ocasionando agressividade, depressão, ansiedade) alterados a partir do uso. Tais alterações perturbam sobremaneira o comportamento levando o dependente a enfrentar a polícia ou traficantes inconsequentemente e a roubar e, até mesmo, matar pessoas desconhecidas ou não.<br />
Diante desta problemática, surge o debate acerca do tratamento adequado para dependentes químicos, em especial, para dependentes de crack. O internamento é considerado a última alternativa no tratamento os dependentes, segundo orientação da política antimanicomial preconizada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Municipal da Saúde. Partindo da experiência de que o regime fechado ao longo de anos não funcionou, a Prefeitura só recomenda a internação se o paciente não responder adequadamente ao tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial Anti-Drogas (Caps AD). Acredita-se que, estando em regime aberto ou semi-aberto, ou seja, em tratamento ambulatorial ou semi-internato, o indivíduo pode enfrentar os riscos da recaída já em contato com o mundo real.<br />
O tratamento em regime aberto realmente apresenta grandes vantagens em relação à internação, na medida em que o indivíduo tem condições de manter as relações sociais, profissionais e familiares estavelmente, dando continuidade ao seu projeto de vida e aplicando os conceitos aprendidos sob tratamento psicológico no que se refere ao manejo da fissura e emprego de estratégias para enfrentamento de situações de risco para o uso da droga. No entanto, esta modalidade de tratamento tem algumas restrições em relação ao perfil do paciente que procura tratamento (ou para o qual a família procura tratamento). As características importantes de serem notadas são basicamente a compulsão pela droga, ou seja, a perda do controle sobre o uso, distorções de caráter, especialmente em relação à falta de sinceridade sobre os sintomas vivenciados, bem como a exposição inexorável aos fatores de risco presente em moradores de áreas socioeconomicamente desfavoráveis. Deixando de lado a óbvia questão política envolvida neste ultimo fator supracitado, a equipe multiprofissional que acolhe o usuário que retém tais características deve estar ciente dos riscos de manter este perfil de paciente sob regime aberto ou semi-aberto sob pena de, além de não atingir os objetivos de incrementar sua qualidade de vida, vir a prejudicar este sujeito, pois o mesmo continua sofrendo os efeitos adversos do uso da substância psicoativa.<br />
Nestes casos, a alternativa mais responsável, abalizada por anos de tratamento especializado para dependência química é exatamente o regime fechado de cuidados ao doente. A premissa básica em questão se refere ao fator eminentemente bioquímico existente na dependência do crack. Esta substância interage disfuncionalmente com o cérebro e seus neurônios, criando uma necessidade biológica que impulsiona o sujeito a inalar a fumaça derivada da queima da pedra de crack. Dado que o pensamento, o comportamento e as emoções são gerados no cérebro, a doença dependência química (considerada pela ciência, atualmente, crônica) revela-se de difícil controle por parte do usuário, pois justificativas e impulsos para o uso ocorrem subitamente e este se vê sem condições arbitrárias de proteger-se contra as conseqüências da utilização da droga. Sendo assim, preconiza-se o regime de internação por duas razões básicas: desintoxicação e restabelecimento de condições neuroquímicas, ao nível de moléculas neuronais de transmissão da informação, devido ao mecanismo da neuroplasticidade, no qual o uso da droga ou sua abstinência criam condições fisiológicas em que o funcionamento cerebral tende a se adaptar para se estabilizar. Outra razão neurobiológica para intervir mediante a modalidade de tratamento por internação junto ao dependente químico, se refere ao funcionamento prejudicado do lobo frontal do cérebro, alterado neste tipo de paciente psiquiátrico. Esta região, localizada na parte de frente do cérebro, gerencia socialmente o comportamento dos indivíduos, controlando seus impulsos e impedindo a tomada de decisões potencialmente prejudiciais. Desse modo, não é de surpreender que o dependente químico não tenha o devido controle sobre seu próprio comportamento, impulsionando-o agir de forma auto-destrutiva. Hoje em dia, existem e estão sendo aprimoradas medicações alopáticas e fitoterápicas de combate ao desejo quase irresistível de uso da substância e que colaboram na desintoxicação que agem no cérebro diretamente no tratamento neurobiológico de paciente em atendimento.<br />
Obviamente, estando em internação, o sujeito não deve ser apenas tratado em relação a seus aspectos biológicos, mas também ser estimulado a participar ativamente de grupos terapêuticos, sessões de psicoterapia individual, psicoeducações, programas de prevenção à recaída e elaboração cuidadosa de um projeto de vida. A família deste paciente também deve ser ouvida e devidamente orientada em relação à doença e possíveis co-morbidades (outras doenças presentes), ao próprio processo de recuperação, para participação em grupos de mútua ajuda, bem como ser considerado possível encaminhamento à psicoterapia àquele parente mais fragilizado. Uma etapa fundamental no atendimento deste perfil de paciente é a continuidade da assistência pós-internação, complementando com todas as vantagens do tratamento ambulatorial o período de recuperação da dependência química de um pesado usuário de crack, totalizando o modelo biopsicossocial de assistência à saúde.<br />
Enfim, a modalidade de tratamento por internação não se trata, em hipótese alguma, de violação da liberdade individual, mas de responsabilidade sobre uma pessoa que já não tem posse das faculdades executivas de seu comportamento, na medida em que o cérebro desta encontra-se eminentemente perturbado pelas propriedades farmacológicas de uma das substâncias psicoativas mais prazerosas e devastadoras que a humanidade já produziu. Em resumo, esta alternativa de tratamento resguarda peculiaridades que a torna imprescindível para a eficácia na recuperação de dependentes químicos graves, ou seja, a maioria dos usuários de crack das ruas e residências de Fortaleza.<br />
TAUILY CLAUSSEN TAUNAY psicólogo, especializando em Neuropsicologia</div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-60275058346302986002011-04-15T07:27:00.000-07:002011-04-15T07:27:01.746-07:00FHC defende regulamentação da maconha<div style="text-align: justify;">No artigo O Papel da Oposição, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) não busca a polêmica apenas ao sugerir à oposição que priorize vender seu peixe às classes médias, deixando o povão cooptado pelos programas sociais do governo petista; FHC volta a defender a descriminalização da maconha, seguindo o modelo da regulamentação do tabaco e do álcool. Para ele, a sinceridade na discussão é muito mais atraente do que a insistente "hipocrisia que pretende não ver o óbvio". Abaixo o trecho do artigo em que o tucano fala sobre a maconha:</div><div style="text-align: justify;"><strong>Há casos nos quais a regulação vale mais que a proibição: veja-se o tabaco e o álcool, ambos extremadamente daninhos. São não apenas regulados em sua venda e uso (por exemplo, é proibido fumar em locais fechados ou beber depois de uma festa e guiar automóveis) como estigmatizados por campanhas publicitárias, pela ação de governos e das famílias. Não seria o caso de fazer a mesma coisa com a maconha, embora não com as demais drogas muito mais danosas, e concentrar o fogo policial no combate aos traficantes das drogas pesadas e de armas? Se disso ainda não estivermos convencidos, pelo menos não fujamos à discussão, que já corre solta na sociedade. Sejamos sinceros: é a sinceridade que comove a população e não a hipocrisia que pretende não ver o óbvio.</strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong> fonte: Acessepiaui</strong></div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-9355947863072666762011-04-14T13:10:00.000-07:002011-04-14T13:11:19.772-07:00Trailer Documentario da CUFA - CE Sobre o uso de Crack<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/Dz0BGThxD58" title="YouTube video player" width="480"></iframe>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-14541897368924246712011-04-14T10:23:00.000-07:002011-04-14T10:23:13.845-07:00Estado de Minas Gerais Busca Nova Abordagem para Tratamento de Usuarios de drogas<div style="text-align: justify;">Mais um esforço do Governo para construir uma política pública eficaz no tratamento de usuários de álcool e drogas começou na sexta-feira (8). Através do Seminário de Alinhamento Conceitual do Comitê Intersetorial Antidrogas, o Estado busca agora alinhar, entre os diversos setores que participam do Comitê, os conceitos que envolvem a assistência, o apoio e o tratamento aos usuários.<br />
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O seminário contou com a participação de Ângelo Américo Martinez Campana, médico e especialista em dependência química que atua como membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Estudos sobre o Álcool e outras Drogas (Abead). Campana apresentou aos participantes a experiência exitosa desenvolvida por ele no Rio Grande do Sul, onde foi implantada uma rede integrada de atendimento ao usuário. "Construímos uma rede de tratamento onde o paciente encontra apoio especializado e uma estrutura física adequada. Além disso, nossa rede consegue atender todas as demandas. Para chegarmos neste ponto foi realizada uma grande capacitação dos profissionais, construímos centros de apoio e tratamento e integramos os sistemas de saúde", contou. <br />
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O secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge Marques de Souza, destacou que o seminário concentra e integra os esforços dos vários setores envolvidos no assunto. Para isso, envolve outras secretarias do Estado como a Educação e a Subsecretaria de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e outras instituições.<br />
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"O objetivo é construir em Minas Gerais uma rede ampla de atendimento baseado em um tratamento plural e interdisciplinar que envolve diversos setores governamentais e não-governamentais. Para isso, buscamos alinhar os conceitos e definir uma rede de assistência que pensa o problema como um todo, em todos os seus aspectos", explicou.<br />
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<b>Esforço mineiro</b><br />
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Criado no início deste ano, o Comitê Intersetorial Antidrogas tem como objetivo reforçar as ações governamentais no combate às drogas. Ele envolve órgãos da administração pública direta ou indireta, autárquica e fundacional do Estado por entender que o assunto é amplo e necessita ser enfrentado em diversas frentes. Uma das suas atividades é receber e analisar as propostas de ações das instituições.<br />
<br />
Assim, eles procuram fortalecer iniciativas e programas sociais que contribuem com ações educativas e preventivas contra o uso indevido de drogas.<br />
<br />
Para o subsecretário de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides, é essencial agregar as ações de combate às drogas em uma ação conjunta e ampla. "É importante criar uma nova lógica de abordagem e de tratamento aos usuários de droga. É necessário modernizar as ações de atendimento a essas pessoas", disse.<br />
<br />
O seminário discutiu a evolução dos conceitos em dependência química, a epidemiologia do consumo de drogas, abordando tendências mundiais e brasileiras e o modelo de rede integrada para o atendimento do usuário do crack. De acordo com o coordenador de Saúde Mental da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Paulo Repsold, a partir do conhecimento adquirido nesse e em outros seminários, o Comitê fortalecerá as suas políticas públicas.<br />
<br />
"À SES cabe, especificamente, contribuir com ações de prevenção, promoção e recuperação das pessoas com dependência de drogas lícitas e ilícitas. E também criar e efetivar uma rede de atendimento ampla e eficaz. Para isso, a saúde estadual pretende desenvolver políticas e ações eficientes de combate ao uso de álcool e drogas e em sintonia com a realidade", finalizou Repsold.<br />
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<i>Fonte: Jornal Minas Gerais</i></div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-42168652655144744452011-04-14T07:40:00.000-07:002011-04-14T07:40:07.110-07:00Novartis va comercializar remédio à base de maconha<div style="text-align: justify;"><em>Licenciamento da droga, usada no tratamento de esclerose múltipla, custou 34 milhões de dólares à gigante da indústria farmacêutica.</em>A Novartis, uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo, irá comercializar a droga Sativex, feita à base de maconha. Desenvolvida pela britânica GW Pharma, o licenciamento da droga custou aos cofres da Novartis 34 milhões de dólares, mais pagamento de royalties. Nos últimos meses, o Sativex teve a venda aprovada na América do Norte e na Europa. A Novartis vai agora ampliar o mercado e levar o Sativex à Ásia, África e Oriente Médio.<br />
<br />
O remédio é indicado para o tratamento de pacientes com esclerose múltipla com espasticidade, que são os espasmos musculares causados pela degeneração dos nervos. O Sativex usa duas substâncias da planta da maconha, o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol. Essas substâncias ativam os receptores do cérebro que ajudam a diminuir os sintomas dos espasmos. Segundo a empresa, 50% das pessoas que sofrem com os espasmos causados pela esclerose múltipla apresentaram reações positivas ao remédio.<br />
A GW já havia fechado acordos de licença para vendas do Sativex na Espanha com a Almirall, e na Grã-Bretanha e no Canadá com a Bayer. A droga também já está aprovada na Nova Zelândia e, espera-se, deve ser autorizada até o final do ano pela Alemanha, Itália, Suécia, Dinamarca, Áustria e na República Tcheca.<br />
No Brasil, a GW já havia revelado em novembro de 2010 que estava em negociação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até o momento, nenhuma indicação de venda no país foi divulgada. De acordo a legislação brasileira, medicamentos que contenham em sua composição extratos da maconha são proibidos, mas a lei também prevê a hipótese de autorização para casos específicos. <strong>Veja</strong><br />
<em>Licenciamento da droga, usada no tratamento de esclerose múltipla, custou 34 milhões de dólares à gigante da indústria farmacêutica.</em>A Novartis, uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo, irá comercializar a droga Sativex, feita à base de maconha. Desenvolvida pela britânica GW Pharma, o licenciamento da droga custou aos cofres da Novartis 34 milhões de dólares, mais pagamento de royalties. Nos últimos meses, o Sativex teve a venda aprovada na América do Norte e na Europa. A Novartis vai agora ampliar o mercado e levar o Sativex à Ásia, África e Oriente Médio.<br />
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O remédio é indicado para o tratamento de pacientes com esclerose múltipla com espasticidade, que são os espasmos musculares causados pela degeneração dos nervos. O Sativex usa duas substâncias da planta da maconha, o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol. Essas substâncias ativam os receptores do cérebro que ajudam a diminuir os sintomas dos espasmos. Segundo a empresa, 50% das pessoas que sofrem com os espasmos causados pela esclerose múltipla apresentaram reações positivas ao remédio.<br />
A GW já havia fechado acordos de licença para vendas do Sativex na Espanha com a Almirall, e na Grã-Bretanha e no Canadá com a Bayer. A droga também já está aprovada na Nova Zelândia e, espera-se, deve ser autorizada até o final do ano pela Alemanha, Itália, Suécia, Dinamarca, Áustria e na República Tcheca.<br />
No Brasil, a GW já havia revelado em novembro de 2010 que estava em negociação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até o momento, nenhuma indicação de venda no país foi divulgada. De acordo a legislação brasileira, medicamentos que contenham em sua composição extratos da maconha são proibidos, mas a lei também prevê a hipótese de autorização para casos específicos. Novartis vai comercializar remédio à base de maconha [Image] [Image] [Image] <strong>Veja</strong><br />
<em>Licenciamento da droga, usada no tratamento de esclerose múltipla, custou 34 milhões de dólares à gigante da indústria farmacêutica.</em>A Novartis, uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo, irá comercializar a droga Sativex, feita à base de maconha. Desenvolvida pela britânica GW Pharma, o licenciamento da droga custou aos cofres da Novartis 34 milhões de dólares, mais pagamento de royalties. Nos últimos meses, o Sativex teve a venda aprovada na América do Norte e na Europa. A Novartis vai agora ampliar o mercado e levar o Sativex à Ásia, África e Oriente Médio.<br />
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O remédio é indicado para o tratamento de pacientes com esclerose múltipla com espasticidade, que são os espasmos musculares causados pela degeneração dos nervos. O Sativex usa duas substâncias da planta da maconha, o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol. Essas substâncias ativam os receptores do cérebro que ajudam a diminuir os sintomas dos espasmos. Segundo a empresa, 50% das pessoas que sofrem com os espasmos causados pela esclerose múltipla apresentaram reações positivas ao remédio.<br />
A GW já havia fechado acordos de licença para vendas do Sativex na Espanha com a Almirall, e na Grã-Bretanha e no Canadá com a Bayer. A droga também já está aprovada na Nova Zelândia e, espera-se, deve ser autorizada até o final do ano pela Alemanha, Itália, Suécia, Dinamarca, Áustria e na República Tcheca.<br />
No Brasil, a GW já havia revelado em novembro de 2010 que estava em negociação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até o momento, nenhuma indicação de venda no país foi divulgada. De acordo a legislação brasileira, medicamentos que contenham em sua composição extratos da maconha são proibidos, mas a lei também prevê a hipótese de autorização para casos específicos. Novartis vai comercializar remédio à base de maconha [Image] [Image] [Image] <strong>Veja</strong><br />
<em>Licenciamento da droga, usada no tratamento de esclerose múltipla, custou 34 milhões de dólares à gigante da indústria farmacêutica.</em>A Novartis, uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo, irá comercializar a droga Sativex, feita à base de maconha. Desenvolvida pela britânica GW Pharma, o licenciamento da droga custou aos cofres da Novartis 34 milhões de dólares, mais pagamento de royalties. Nos últimos meses, o Sativex teve a venda aprovada na América do Norte e na Europa. A Novartis vai agora ampliar o mercado e levar o Sativex à Ásia, África e Oriente Médio.<br />
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O remédio é indicado para o tratamento de pacientes com esclerose múltipla com espasticidade, que são os espasmos musculares causados pela degeneração dos nervos. O Sativex usa duas substâncias da planta da maconha, o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol. Essas substâncias ativam os receptores do cérebro que ajudam a diminuir os sintomas dos espasmos. Segundo a empresa, 50% das pessoas que sofrem com os espasmos causados pela esclerose múltipla apresentaram reações positivas ao remédio.<br />
A GW já havia fechado acordos de licença para vendas do Sativex na Espanha com a Almirall, e na Grã-Bretanha e no Canadá com a Bayer. A droga também já está aprovada na Nova Zelândia e, espera-se, deve ser autorizada até o final do ano pela Alemanha, Itália, Suécia, Dinamarca, Áustria e na República Tcheca.<br />
No Brasil, a GW já havia revelado em novembro de 2010 que estava em negociação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até o momento, nenhuma indicação de venda no país foi divulgada. De acordo a legislação brasileira, medicamentos que contenham em sua composição extratos da maconha são proibidos, mas a lei também prevê a hipótese de autorização para casos específicos.</div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6459440027578994978.post-1369078097726589092011-04-13T11:32:00.001-07:002011-04-13T11:32:52.264-07:00NOTA DE REPÚDIO À ALTERAÇÃO DA LEI 4034/10 – LEI ANTIFUMO<div align="center" class="yiv1614689480MsoNormal" style="background: none repeat scroll 0% 0% lightgrey; line-height: normal; text-align: center;"><b><span style="color: black; font-size: 18pt;">NOTA DE REPÚDIO À ALTERAÇÃO DA LEI 4034/10 – LEI ANTIFUMO</span></b></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="background: none repeat scroll 0% 0% lavender; line-height: normal;"><b><span style="color: black; font-size: 14pt;">Para:Câmara de Vereadores de Teresina</span></b></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 12pt;">O Comitê Estadual de Controle do Tabagismo do Piauí, formado por Organizações Governamentais – OGs e Organizações Não Governamentais – ONGs (em anexo), vem pela presente manifestar o repúdio à alteração da Lei 4034/10, da Vereadora Rosário Bezerra, votada na sessão da ultima quinta-feira, dia 07/04/2011. </span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 12pt;">Enfatizamos que, ironicamente a votação para a alteração da Lei se deu no <b>DIA MUNDIAL DE LUTA PELA SAÚDE</b>, dia em que deveríamos estar comemorando os avanços da saúde, mas que lamentavelmente para a cidade de Teresina, amargamos um retrocesso para a Saúde Pública do município.</span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 12pt;">Entendemos ser um retrocesso, pois a alteração feita pelo Vereador Edson Melo, está na contra mão de um movimento mundial contra a exposição à fumaça do tabaco em todos os locais de trabalho, meios de transporte público, lugares públicos e privados fechados, desta forma, garantindo a todas as pessoas o direito de respirar livre da fumaça cancerígena do cigarro.</span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 12pt;">Esclarecemos que a alteração proposta pelo vereador fere a Convenção Quadro para Controle do Tabaco – CQCT, primeiro tratado internacional de saúde pública, ratificada pelo Brasil através do Decreto 5.658/2006 e assinada por mais de 172 países.</span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">A Convenção Quadro recomenda, dentre outros, a proteção contra a exposição à fumaça do tabaco em todos os locais de trabalho, e conclui pelo banimento do fumo nestes locais como a política pública mais eficaz e barata de prevenção, proteção e promoção da saúde.</span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Salientamos que é dever do legislador, fazer Leis que sejam a favor da Saúde Pública do País, do Estado ou do Município, devendo <b>NUNCA</b> legislar em causa própria. </span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Este Comitê não entende como, vereadores conscientes do seu papel com a população, queiram alterar a Lei 4034/10, um importante instrumento para a melhoria da saúde da população teresinense. Legisladores conscientes devem, antes de tudo, analisar e tecer considerações relevantes, sobre a importância do controle do tabagismo, como:</span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>1.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">Cerca de 4.800 substâncias foram identificadas na fumaça dos produtos de tabaco. Dessas, ao menos 250 são comprovadamente tóxicas e 50 são agentes carcinogênicos capazes de promover danos genéticos;</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>2.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">O tabagismo passivo sujeita as pessoas às mesmas doenças e conseqüências sanitárias do tabagismo ativo, sendo a terceira causa evitável de mortes no mundo (OMS). São 200 mil trabalhadores mortos por ano em decorrência da exposição involuntária à fumaça do cigarro (OIT);</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>3.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">A proibição do fumo em locais fechados não viola o direito do fumante, busca somentedisciplinar os locais em que se pode e não pode fumar;</span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpFirst"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>4.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">A permissão do fumo em locais fechados contraria as leis trabalhistas, na medida em que os empresários têm a obrigação legal de promover ambiente de trabalho seguro e saudável aos seus empregados (art. 157 CLT);</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>5.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">É consenso científico que fumódromos NÃO atendem à proteção da saúde pública e ocupacional e a tendência mundial tem sido a criação de ambientes fechados 100% livres de fumo;</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>6.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">Não há formas de isolamento, de ventilação e arejamento eficazes que eliminem as substâncias tóxicas da fumaça ou reduzam os riscos de exposição à poluição tabagística ambiental;</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span>7.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Em ambientes fechados, os fumantes tornam-se fumantes passivos da própria fumaça e da fumaça dos demais fumantes. A proteção contra a exposição ao fumo passivo deve ser para todos, fumantes e não fumantes, trabalhadores e clientes, porque a fumaça do tabaco é tóxica e cancerígena;</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>8.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">A aprovação de ambientes fechados 100% livres do fumo não causa impacto econômico em bares, restaurantes e casas noturnas, como mostra a experiência internacional. Essa medida tem aprovação de pelo menos 80% da população brasileira, e dentre os fumantes, de pelo menos 70%, segundo o Datafolha (2009);</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>9.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">Pesquisa realizada pelo Instituto Captavox em março de 2010, revelou<span> </span>que 95% da população teresinense<a href="" name="_GoBack" rel="nofollow"></a> defende a aprovação da lei antifumo;</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span>10.<span> </span></span></span><span style="font-size: 12pt;">A necessidade de Legislação específica para o controle do Tabagismo é a forma mais eficiente de prevenção às doenças provenientes da exposição à fumaça tabagística;</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">O Comitê Estadual de Controle do Tabagismo do Piauí repudia veementemente, qualquer alteração que possa descaracterizar a Lei Municipal nº 4.034 de 20 de agosto de 2010, que proíbe o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígero, derivado ou não de do tabaco.</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Sem mais, agradecemos a atenção dispensada, ao tempo em que aguardamos que não haja nenhuma alteração nesta importante Lei na próxima votação na Câmara de Vereadores.</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Atenciosamente,</span></div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv1614689480MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">COMITE ESTADUAL DE CONTROLE DO TABAGISMO DO PIAUÍ</span></div><div class="yiv1614689480MsoNormal"><br />
</div>Ricardo Cruzhttp://www.blogger.com/profile/03007415462109545923noreply@blogger.com0